Um
estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores do Centro de Ecologia
Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
(FCTUC) revela pela primeira vez que as aves não transportam apenas sementes de
plantas para novos locais, mas também os fungos
Alguns tipos de fungos “andam
à boleia” das aves para colonizar novos territórios com os seus parceiros
vegetais, as plantas, revela pela primeira vez um estudo desenvolvido por uma equipa
de investigadores do Centro de Ecologia Funcional (Centre for Functional Ecology - Science for People & the Planet)
da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
«É a primeira evidência de que
as aves não transportam apenas sementes de plantas para novos locais, mas
também os fungos que estas sementes precisam para germinar e crescer», afirma
Marta Correia, primeira autora do artigo científico publicado na revista “New Phytologist”.
De acordo com o estudo, 54
plantas de seis espécies diferentes germinaram de 34 excrementos de aves
recolhidos numa floresta perto de Coimbra. Algumas das raízes destas plantas
foram imediatamente colonizadas por fungos “amigos”, provando que estes só
podem ter sido transportados conjuntamente com as sementes no interior das
aves.
Estes fungos, chamados fungos
micorrízicos arbusculares, formam relações estreitas com muitas plantas. Os
fungos colonizam a raiz e contribuem para uma maior absorção de nutrientes e
água para as plantas que conseguem ter um crescimento maior e serem mais
saudáveis. Em troca, a planta dá ao fungo uma “casa” e alimento fabricado na
fotossíntese. Portanto, estas relações simbióticas beneficiam tanto as plantas
como os fungos.
«A comunidade científica
acreditava há já algum tempo que partilhar o mesmo mecanismo de transporte
daria às plantas que crescem em simbiose com estes fungos uma vantagem. Pela
primeira vez, o papel das aves na dispersão de ambos os parceiros é
confirmado», declara Marta Correia.
A investigadora do Centro de
Ecologia Funcional considera que os resultados do estudo agora publicado
representam «uma peça fundamental do puzzle para compreender a distribuição
global de fungos micorrízicos e a colonização de territórios remotos, tal como
ilhas, por plantas associadas a fungos. Como chegavam os fungos a estes
territórios remotos era até agora desconhecido já que não seria possível a
dispersão a tão longas distâncias só pelo vento.»
O estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo FEDER, no âmbito do programa PT2020. O artigo científico está disponível: aqui. Universidade de Coimbra “Faculdade de Ciências e Tecnologia” - Portugal
O estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo FEDER, no âmbito do programa PT2020. O artigo científico está disponível: aqui. Universidade de Coimbra “Faculdade de Ciências e Tecnologia” - Portugal
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