Bissau – As discussões em
curso no seio do Movimento das Forças Democráticas de Casamansa (MFDC), para
permitir que as suas diferentes facções unificassem posições para uma eventual
negociação com as autoridades senegalesas começam a dar frutos, disse Robert
Sagna, coodenador do Grupo de Reflexão para a Paz em Casamansa (GRPC).
“Os diferentes chefes rebeldes
estão hoje muito avançados nessas conversações, devendo proceder o que eles
chamam de “concertação inter-MFDC”, declarou Sanhá à estação privada, Rádio Futuro
Medias (RFM).
Segundo o antigo presidente da
Câmara Municipal de Ziguinchor, os esforços dos responsáveis das diferentes
facções do MFDC, “estão em vias de trazer os seus frutos” mesmo se Salif Sadjo,
considerado o chefe da ala radical da rebelião não está, por enquanto,
implicado nas conversações.
O coordenador do Grupo de Reflexão
para a Paz em Casamansa diz que a iniciativa global é necessária para se ver a
rebelião falar numa única voz, para que as decisões que venham a ser tomadas
numa eventual negociação com as autoridades de Dakar possam contar com o
engajamento de todas as facções.
Robert Sagna referiu que a
maioria dos chefes das facções do MFDC estão em contacto permanente e aguardam
que Salif Sadjo se junte ao grupo, abrindo-se ao diálogo e a paz, pois será bem-vindo.
Disse que os membros GRPC
devem ser considerados como facilitadores e não mediadores.
A imprensa senegalesa, citando
o correspondente da RFI em Bissau, Allen Yoro Embalo, jornalista que
ultimamente tem falado com Salif Sadjo, refere que o chefe rebelde estará
pronto para negociar a paz em Casamansa mas que, para isso, “quer um mediador
credível”.
O MFDC iniciou a rebelião em
1982 reclamando a independência de Casamansa, a parte Sul do Senegal
constituida por Kolda, Sedio e Ziguinchor.
O grupo intensificou a
violência em 1990 tendo sido as populações as principais vítimas, mas a tensão
baixou na região em 2000.
Os confrontos entre militares
senegaleses e os combatentes do MFDC deram, desde 2012, lugar à uma certa
acalmia que permitiu o regresso dos refugiados à Casamansa, outrora considera
celeiro do Senegal, e o relançamento, ainda que lentamente, da economia na
região. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau
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