Uma
manga de compressão desenvolvida por Carlos Gonçalves, aluno de doutoramento do
programa MIT Portugal na Universidade do Minho, foi a mais inovadora das ideias
incubadas durante dez semanas no Startup Nano, o primeiro programa nacional de
aceleração e incubação para startups na área da nanotecnologia
O programa foi promovido pelo
Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), pelo Centro de
Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (CeNTI) e com a
parceria da Startup Braga.
Desenvolvida no âmbito do
doutoramento em Líderes para as Indústrias Tecnológicas (EDAM-LTI) do Programa
MIT Portugal na UMinho, a manga de compressão ativa permite auxiliar doentes no
tratamento do braço inchado (linfedema dos membros superiores), frequente em
portadores do cancro da mama e caracterizada por um aumento do diâmetro do
braço, o que provoca dores incapacitantes. As terapias atuais consistem em
compressões no braço feitas por massagens de drenagem linfática e por
pressoterapia, com recurso a mangas insufláveis.
A nova manga de compressão
mimetiza de forma eficaz massagens de drenagem linfática feitas por
fisioterapeutas, graças a cinco estágios de compressão embebidos num substrato
têxtil. Os estágios de compressão são ativados sequencialmente, permitindo
criar uma “onda choque” que propulsiona a linfa de volta para os canais
linfáticos.
O dispositivo é alimentado por
uma bateria semelhante à de um telemóvel, tornando-o portátil. Isso permite que
aquela manga seja usada no dia-a-dia por baixo de peças de vestuário comuns,
possibilitando não só uma melhoria mais rápida, mas também evitando algum tipo
de estigma inerente ao tratamento.
Este projeto surge de uma
parceria entre a UMinho, o CeNTI e o MIT e está num processo de patente a nível
nacional. “Estamos a aguardar para breve o resultado do pedido de patenteamento
e a finalizar os procedimentos necessários para submetermos o pedido para uma
patente europeia, tendo em vista a futura comercialização do projeto”, refere o
investigador. Carlos Gonçalves considera que “este prémio é certamente uma
forma de alavancar o projeto; no entanto, para garantir o desenvolvimento e a comercialização
do produto, é preciso mais investimento, sendo esse um dos principais objetivos
a curto/médio prazo”.
O 2º prémio desta segunda
edição do Startup Nano foi atribuído
a um projeto de microfiltragem de fluídos contra poeiras e agentes patogénicos,
coordenado por Hugo Macedo, e o terceiro prémio a um biorreator que permite um
controlo mais apertado das condições de cultura de células, apresentado por
Marta Maciel e Ricardo Pereira, ex-alunos da UMinho. A pré-seleção dos
candidatos decorreu em outubro, tendo nove projetos seguido para a fase de
incubação. Nuno de Noronha - Portugal
In “SAPO Lifestyle”
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