A
Anadarko, multinacional petrolífera norte-americana com sede em Houston, está a
negociar com as suas contrapartes na China a venda de gás natural liquefeito
(GNL) da bacia do Rovuma àquele país asiático
MAPUTO- “Está em discussões
com uma série de homólogos chineses, incluindo empresas nacionais de petróleo e
compradores independentes de GNL emergentes”, disse esta semana a Anadarko,
citada pela Bloomberg.
A fonte referiu que o aumento
do consumo de gás natural “faz da China um mercado estratégico de longo prazo
para o projecto de GNL em Moçambique liderado pela Anadarko”.
A demanda recorde de gás
natural na China poderá ajudar a estimular a decisão final de investimento para
o arranque dos projectos de exportação de GNL na região da África Oriental, de
acordo com Emma Richards, analista sénior de petróleo e gás da empresa de
consultoria BMI Research.
Nos primeiros 10 meses de
2017, os preços de GNL registaram uma melhoria considerável, estimulados pelas
importações chinesas, e cresceram quase 50 por cento. Por isso, a China acabou
por se tornar no terceiro maior importador de gás natural do mundo, depois do
Japão e da Coreia do Sul, de acordo com dados compilados pela Bloomberg New
Energy Finance.
Enquanto a Eni SpA assinou seu
projecto de coral flutuante de sete bilhões de dólares em Moçambique, a
Anadarko precisa de mais contratos de compra e venda para justificar uma
decisão final de investimento para o desenvolvimento do seu campo de gás
natural, na bacia do Rovuma.
A Anadarko já assinou
contratos de compra e venda para cerca de 2,6 milhões de toneladas por ano das
mais de oito milhões de toneladas que tenciona produzir numa primeira fase.
“A localização geográfica
central e favorável de Moçambique significa que o país está bem posicionado
para atender às necessidades dos clientes do mercado do lado do atlântico e dos
mercados da Ásia e do Pacífico, em particular, aproveitando a crescente demanda
por energia na China', disse a Anadarko.
Segundo afirmou Richards, do
BMI, a demanda chinesa também vai ajudar a amortecer o impacto negativo do ‘boom’ do gás de xisto dos EUA.
“A China poderá desempenhar um
papel ao reduzir o excesso de gás natural”, acrescentou Richards, em entrevista
telefónica.
'Se a China aparecer no
mercado com maior pujança, procurando aumentar mais volumes, então sim,
certamente isso ajudaria os operadores em Moçambique e na Tanzânia a garantir
os contratos de compra e venda para facilitar a obtenção de financiamento e
fazer avançar os projectos para desenvolvimento”, referiu.
Em Outubro de 2016, o
consórcio do Bloco da Área 4 na Bacia do Rovuma, liderado pela multinacional
italiana ENI, assinou um acordo vinculativo com a BP Poseidon Ltd., uma empresa
totalmente controlada pela BP Plc, para a venda de GNL que será produzido na
fábrica flutuante a ser instalada no Campo de Coral Sul, na Bacia do Rovuma.
O contrato, que é válido por
20 anos, cobre a venda de todos os volumes de GNL que serão produzidos a partir
da fábrica flutuante de GNL de Coral Sul, com uma capacidade de produção acima
de 3,3 milhões de toneladas de GNL por ano. In
“Folha de Maputo” - Moçambique
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