Andrew
Jackson, sétimo presidente norte-americano, plantou em 1828 uma magnólia na
Casa Branca como homenagem à mulher que nunca chegou a ser primeira-dama.
Agora, quase 190 anos depois, a árvore tem de ser cortada por colocar em risco
a estrutura e as pessoas
Estados Unidos, dezembro de
1828. Andrew Jackson é o sétimo presidente norte-americano. Ao seu lado deveria
ter estado Rachel Jackson, como primeira-dama. Mas tal não aconteceu. Três
semanas depois da eleição, um ataque cardíaco foi fatal para Rachel, que nunca
chegou a entrar na Casa Branca.
Ao longo dos anos, os
historiadores têm vindo a atribuir esta morte ao stress da campanha e Andrew Jackson também o considerou, em pleno
funeral: “Que Deus possa perdoar os teus assassinos. Eu nunca o farei”.
Contudo, a primeira-dama
esteve sempre representada na Casa Branca. Andrew Jackson plantou um ramo da
magnólia que tinha na sua casa no Tennessee no jardim presidencial: uma espécie
de memória do seu amor, que devia durar e crescer ao longo dos anos.
De facto, a árvore cresceu.
Tornou-se uma magnólia imponente, que marca a sua presença no lado esquerdo de
quem olha para a fachada. Serviu de sombra para muitos, viu crianças a correr
de um lado para o outro e até esteve representada nas notas de 20 dólares entre
1928 e 1988. Feitas as contas, a árvore viu 39 presidentes, a Guerra Civil
Americana e as duas Guerras Mundiais. Mas agora é o fim: a árvore tem de ser
cortada, quase 190 anos depois de ali ter criado raízes.
Esta magnólia é uma das três
árvores da espécie magnolia grandiflora
presentes no lado Oeste da Casa Branca. De tão alta, atinge as janelas da sala
de estar — no primeiro andar — e da residência executiva — no segundo andar.
Mas os danos começam a fazer-se sentir e a magnólia de Jackson começa a ser
perigosa.
Especialistas do Jardim
Botânico Nacional dos EUA analisaram a árvore e não há margem para dúvidas, diz
a CNN. “A arquitetura geral e a estrutura da árvore estão muito comprometidas e
a árvore depende completamente do suporte artificial. Sem o sistema de cabos, a
árvore teria caído há anos. Atualmente, e muito preocupante, o sistema de cabos
está a falhar no tronco (…). É difícil prever quantos mais e quando falharão”.
A opinião do Jardim Botânico
não esquece, contudo, a história. “Se esta fosse uma árvore comum tinha sido
removida há muito tempo. Compreendemos que esta é uma árvore histórica e todas
as medidas que foram tomadas para salvá-la até este momento”, referem.
Segundo a BBC, os problemas
com a árvore começaram na década de 1970, quando surgiu uma cavidade no tronco,
enchida depois com cimento. A prática, apesar de comum na altura, foi
prejudicial para a árvore, danificando-a. Já em 1981, o cimento acabou por ser
retirado e colocaram-se os atuais cabos para suportar a magnólia.
A decisão de cortar a árvore
foi tomada por Melania Trump. Segundo a diretora de comunicação de Trump,
Stephanie Grisham, “Melania reviu pessoalmente os relatórios do Jardim Botânico
e falou com a equipa para explorar todas as opções antes de tomar a decisão”. Além
disso, “Estava preocupada com a segurança dos visitantes e dos membros da
imprensa que muitas vezes estão perto da árvore”.
Apesar da medida, a madeira da
árvore será preservada e uma outra Jackson Magnólia vai crescer no mesmo local:
nos últimos meses foram plantadas várias “filhas” da árvore, para preservar o
legado do sétimo presidente norte-americano. Existem também, noutros locais,
descendentes da árvore. Em 2009, Michelle Obama entregou uma semente da
magnólia ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, para crescer no
jardim comunitário e, em 2016, uma semente foi enviada e plantada em Cuba. In “Sapo24”
- Portugal
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