Responsável
da Organização de Estados Ibero-Americanos aponta “posição altamente
privilegiada” de Portugal
O secretário-geral da
Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) considerou, em Lisboa, que
Portugal tem “uma posição altamente privilegiada”, por ser o ponto de
articulação entre a Europa, a América Latina, a África e a Ásia.
“Portugal é um país que está
na confluência de três espaços, que só se articulam através de Portugal: a
Península Ibérica, ou seja, a Europa; a América Latina e o Caribe; a África,
além da Ásia, se incluirmos Timor e Macau”, disse o responsável, o brasileiro
Paulo Speller, na cerimónia de abertura do escritório de Lisboa da Organização
de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).
Para Speller, Portugal “está
numa posição altamente privilegiada para levar a missão da OEI não só aos
países-membros, mas também a todo o globo terrestre”.
Com a abertura do escritório
em Lisboa, a organização “já está a receber pedidos imensos, do Governo e da
sociedade, para além dos projectos” em que já participa, acrescentou.
Um deles é o Observatório
Ibero-Americano da Educação, que terá Portugal e Argentina como Estados
líderes, e em que o país colaborará “com as boas práticas” nesta área, e pelas
se quais se tornou “um exemplo” para outros, disse o secretário-geral.
No mesmo sentido, o ministro
da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse que “Portugal é o único país do
mundo que faz a intersecção do espaço da União Europeia, da CPLP [Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa] e do espaço ibero-americano” e tem, por isso,
“um papel insubstituível como activador das partilhas entre estes diferentes
universos”.
Por seu lado, o ministro dos
Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, destacou que a OEI
assenta sobre dois pilares: o diálogo entre a Europa e a América Latina e as
Caraíbas e o diálogo entre a língua portuguesa e a espanhola, que constituem “a
verdadeira força e alcance” à organização e “à cooperação que se faz no espaço
ibero-americano”.
A OEI, acrescentou, “é uma
organização chave para a promoção da cidadania em todos os nossos países
através da cooperação entre eles”.
Ana Paula Laborinho, que
dirige a nova representação em Lisboa, enumerou vários projectos da OEI em que
Portugal já está envolvido e anunciou o lançamento de uma bolsa para
licenciados em Comunicação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade Nova de Lisboa.
Dos objectivos essenciais do
escritório, a directora salientou a promoção de “mais integração de Portugal na
Ibero-América, valorizando as suas boas experiências nos três principais domínios
da organização – educação, ciência e cultura -, e de forma recíproca, a
valorização da frutuosa experiência da OEi consubstanciada nos seus programas e
mecanismos institucionais”.
Contribuir para a cooperação
sul-sul, “que tem tido particular expressão com a Agenda dos Objectivos do
Desenvolvimento Sustentável [Agenda 2030 das Nações Unidas], estando definida a
cooperação com a CPLP como um eixo estratégico” e “valorizar a proximidade
linguística e cultural, reforçando a estratégia do bilinguismo espanhol e
português, que é útil para os negócios, mas também para o crescimento conjunto
dos indicadores de ciência e para a inovação” são outros dos objectivos da OEI
em Lisboa, disse.
Portugal, que integra a OEI
desde 2012, tornou-se o 18.º país a ter um escritório da organização.
A OEI conta com 24
Estados-membros – a grande maioria da América Latina, e Caribe mas também
Europa (Portugal, Espanha e Andorra) e África (Guiné Equatorial). In “Ponto
Final” - Macau
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