O
crescimento do MAR no mercado alemão ajudou a Alemanha a manter as condições
para continuar a aplicar o seu regime de taxa de tonelagem. De outra forma,
dificilmente estariam cumpridos os requisitos da UE para manter este regime,
considerado uma ajuda de Estado
De acordo com analistas
citados pelo THB – Deutsche Schifffahrts-Zeitung, um jornal de referência para
os armadores alemães, o Governo alemão e a associação dos armadores germânicos
devem um “grande obrigado” a Portugal por contribuir para que a Alemanha
mantenha 45,6% da sua frota a navegar com bandeira da União Europeia (UE),
essencial para que o país possa manter o regime de incentivos públicos do seu
regime de taxa de tonelagem, ou tonnage
tax.
Atendendo a que este regime é
considerado uma ajuda de Estado pela UE, “sem Portugal, seria muito difícil à
Alemanha continuar a justificar a manutenção da tonnage tax”, referem os analistas, numa alusão às regras
europeias, que o país não seria capaz de cumprir se tivesse uma frota com
pavilhão europeu menor do que a actual. O que não seria difícil, dado que tem
existido uma tendência decrescente entre os navios com pavilhão germânico, cujo
número caiu 1,2% em 2017, para 325, refere o jornal.
Todavia, graças ao crescimento
do Registo Internacional de Navios da Madeira (MAR) no mercado alemão (12%),
contribuindo até para que o pavilhão português fosse o único da UE a crescer
naquele país, a Alemanha conseguiu manter-se dentro das regras que permitem a
adopção da tonnage tax. Um facto
exponenciado pelo Brexit, de que resultará a saída de Gibraltar e do seu
registo de navios do espaço europeu. O jornal refere, a propósito, que no final
de 2017 apenas 60 navios detidos por alemães permaneciam no registo de Gibraltar,
menos 25% do no ano anterior.
Do mesmo modo, refere o jornal
alemão, também Malta perdeu navios em 2017, tal como Luxemburgo. E Chipre
permaneceu com o mesmo número.
Este impacto do registo de
navios madeirense vem ao encontro “daquilo que a European International
Shipowners Association of Portugal (EISAP) vem defendendo desde sempre, ou
seja, de que o MAR é uma ferramenta essencial para o projecto europeu naquilo
que ao shipping diz respeito”, afirma
Gonçalo Santos, porta-voz da associação.
“Na óptica dos armadores
europeus, o Registo Internacional de Navios da Madeira tem contribuído, talvez
como nenhum outro, para que os navios detidos ou controlados por empresas
europeias continuem a navegar com pavilhão da UE e para que muitos navios que
estavam registados em espaço não europeu regressem ao seio da União”, continua
Gonçalo Santos, acrescentando que “nesse sentido, o MAR é de extraordinária
importância para que os objectivos enunciados pela Comissão Europeia – 60% dos
navios europeus devem navegar com pavilhão europeu – se cumpram na plenitude”. In “Jornal
da Economia do Mar” - Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário