As plantas usam sinalizadores
para poderem comunicar entre diferentes partes do organismo, por vezes através
de moléculas que são o resultado da degradação de outras – a que se chamam
metabolitos. O açúcar trehalose-6-fosfato (T6P) é um desses compostos, que as
plantas usam para controlo o crescimento quando detectam uma crise de falta de
água ou nutrientes. Para os investigadores de ciências de plantas, seria
importante estudar de que forma este sinalizador funciona e em que células
actua, mas a sua quantidade é muito baixa para os métodos de detecção que se
usam actualmente em laboratório.
As equipas dos investigadores
Carla António e Pedro Fevereiro do ITQB Nova, em parceira com a Rede Nacional
de Espectrometria de Massa (RNEM), conseguiram desenvolver uma nova metodologia
baseada em cromatografia líquida e espectrometria de massa que permite separar
o açúcar T6P dos restantes componentes da matriz complexa da planta e medir com
rigor quantidades muito baixas desta molécula. Os resultados foram publicados
na revista científica Journal of Chromatography A.
100%
nacional
“Este trabalho representa um
avanço significativo no campo das ciências da separação, e aumenta a gama de
metodologias analíticas sensíveis para medir T6P, um metabolito de sinalização
de stress muito importante nas plantas”, conta Carla António, do ITQB Nova, a
investigadora responsável pelo estudo. “Este trabalho é 100% feito em Portugal,
o que nos enche de orgulho, e só possível pela atitude colaborativa da RNEM que
nos permitiu aceder ao equipamento necessário para atingir estes resultados”.
O Instituto de Tecnologia
Química e Biológica António Xavier, Oeiras, é um instituto de investigação e
formação avançada da Universidade Nova de Lisboa. Tem como missão fazer
investigação científica e promover formação avançada em Ciências da Vida,
Química e Tecnologias associadas, para benefício da saúde humana e do ambiente.
Carlos Caldeira – Portugal in “Agricultura
e Mar Actual”
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