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China e os países de língua portuguesa mantêm relações bilaterais centradas
sobretudo na economia e nas trocas comerciais, porém, o Fórum Macau é um meio
de ligação especial pois permite aproveitar os “laços” linguísticos para
ampliar a cooperação entre os Estados. A ideia é defendida pelo novo
secretário-geral adjunto, Ding Tian, convicto de que a colaboração entre os
países poderá ser aprofundada na vertente cultural e no desenvolvimento dos
recursos humanos
Após cinco Conferências
Ministeriais, o Fórum Macau já está numa fase em que começa a perceber de que
forma poderá, efectivamente, oferecer mais benefícios a todos os países
participantes, apontou o secretário-geral adjunto recentemente nomeado por
Pequim em declarações ao Jornal Tribuna de Macau, sublinhando que ainda há
“muitas oportunidades” para atingir os objectivos do organismo.
Macau “é uma cidade muito
pequena”, no entanto, o Fórum “é muito grande”, referiu Ding Tian, sublinhando
que se trata de “uma janela que a China tem para todos os países de língua
portuguesa e uma ponte para a China a que podem recorrer” os países lusófonos.
Apesar de Pequim e alguns
Estados lusófonos já manterem boas relações económicas, o Fórum Macau é “uma
ponte especial”, “porque podemos aproveitar bem os recursos das línguas e essa
é uma das prioridades”, destacou o secretário-geral adjunto. “Podemos aproveitar
os laços existentes e históricos com Portugal e outros países lusófonos para
ampliar a cooperação, nomeadamente na área económica, mas também na cultura e
no desenvolvimento dos recursos humanos”, frisou.
Ding Tian acompanhou “o
nascimento e crescimento do Fórum Macau”, tendo participado na primeira,
terceira e quarta Conferências Ministeriais. “Na quarta [Conferência
Ministerial] participei como conselheiro económico da Embaixada da China em
Timor-Leste e tenho prestado sempre atenção ao Fórum porque ele nasceu quase na
minha mão”, realçou o responsável, garantindo que sente “o peso da
responsabilidade” que implica desempenhar as suas novas funções.
O secretário-geral adjunto
acredita que os anos que passou em Timor-Leste podem representar mais-valias
para o cargo agora assumido, tendo em conta que também lá trabalhou ao lado de
países africanos. “Os projectos de assistência normalmente envolvem
empreitadas, engenharia, desenvolvimento de recursos humanos e formação
técnica, por isso, é muito importante para as relações já existentes entre a
China e os países de língua portuguesa”, sublinhou Ding Tian.
“Isso reflecte-se nas medidas
lançadas por Li Keqiang e o mais importante agora é perceber e detalhar de que
forma podemos pô-las em prática”, indicou, garantindo que o Secretariado
Permanente do Fórum está a “analisar e a perceber” como aplicar melhor as
medidas, mantendo “o diálogo” com os países lusófonos.
“Família”
toda reunida com São Tomé e Príncipe
Ding Tian acredita que o facto
da China e São Tomé e Príncipe terem restabelecido relações diplomáticas “vai
ser muito bom para a grande família da língua portuguesa”, porém, ressalva,
ainda é necessário aguardar qualquer acção por parte do Estado africano.
“Ainda não foram
restabelecidas as instituições diplomáticas, por isso, não há um canal de
comunicação muito prático”, alertou o secretário-geral adjunto ao Jornal Tribuna
de Macau. “Vamos ver se há outras vias mais práticas para estabelecer um canal
de comunicação com São Tomé e Príncipe e assim que ele existir iremos debater e
coordenar” as acções seguintes.
Para já, não é possível prever
um prazo já que depende do Governo Central e do Ministério dos Negócios
Estrangeiros.
“A integração de São Tomé e
Príncipe vai fazer com que toda a família fique reunida porque já terão
‘chegado’ todos os membros que falam Português”, destacou Ding Tian. Inês Almeida – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
Ding Tian – O novo secretário-geral adjunto do
Fórum Macau domina
fluentemente a língua portuguesa, tendo já desempenhado funções no Departamento
de Ajuda Externa, com vasta experiência em assuntos da economia e do comércio
externo. Já exerceu funções em Cabo Verde, no Brasil e em Timor-Leste o que lhe
permite ter um profundo conhecimento sobre a realidade dos Países de Língua
Portuguesa que integram o Fórum Macau.
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