Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 21 de janeiro de 2017

Macau – Fórum Macau é um meio de ligação para ampliar a cooperação entre Estados

A China e os países de língua portuguesa mantêm relações bilaterais centradas sobretudo na economia e nas trocas comerciais, porém, o Fórum Macau é um meio de ligação especial pois permite aproveitar os “laços” linguísticos para ampliar a cooperação entre os Estados. A ideia é defendida pelo novo secretário-geral adjunto, Ding Tian, convicto de que a colaboração entre os países poderá ser aprofundada na vertente cultural e no desenvolvimento dos recursos humanos

Após cinco Conferências Ministeriais, o Fórum Macau já está numa fase em que começa a perceber de que forma poderá, efectivamente, oferecer mais benefícios a todos os países participantes, apontou o secretário-geral adjunto recentemente nomeado por Pequim em declarações ao Jornal Tribuna de Macau, sublinhando que ainda há “muitas oportunidades” para atingir os objectivos do organismo.

Macau “é uma cidade muito pequena”, no entanto, o Fórum “é muito grande”, referiu Ding Tian, sublinhando que se trata de “uma janela que a China tem para todos os países de língua portuguesa e uma ponte para a China a que podem recorrer” os países lusófonos.

Apesar de Pequim e alguns Estados lusófonos já manterem boas relações económicas, o Fórum Macau é “uma ponte especial”, “porque podemos aproveitar bem os recursos das línguas e essa é uma das prioridades”, destacou o secretário-geral adjunto. “Podemos aproveitar os laços existentes e históricos com Portugal e outros países lusófonos para ampliar a cooperação, nomeadamente na área económica, mas também na cultura e no desenvolvimento dos recursos humanos”, frisou.

Ding Tian acompanhou “o nascimento e crescimento do Fórum Macau”, tendo participado na primeira, terceira e quarta Conferências Ministeriais. “Na quarta [Conferência Ministerial] participei como conselheiro económico da Embaixada da China em Timor-Leste e tenho prestado sempre atenção ao Fórum porque ele nasceu quase na minha mão”, realçou o responsável, garantindo que sente “o peso da responsabilidade” que implica desempenhar as suas novas funções.

O secretário-geral adjunto acredita que os anos que passou em Timor-Leste podem representar mais-valias para o cargo agora assumido, tendo em conta que também lá trabalhou ao lado de países africanos. “Os projectos de assistência normalmente envolvem empreitadas, engenharia, desenvolvimento de recursos humanos e formação técnica, por isso, é muito importante para as relações já existentes entre a China e os países de língua portuguesa”, sublinhou Ding Tian.

“Isso reflecte-se nas medidas lançadas por Li Keqiang e o mais importante agora é perceber e detalhar de que forma podemos pô-las em prática”, indicou, garantindo que o Secretariado Permanente do Fórum está a “analisar e a perceber” como aplicar melhor as medidas, mantendo “o diálogo” com os países lusófonos.

“Família” toda reunida com São Tomé e Príncipe

Ding Tian acredita que o facto da China e São Tomé e Príncipe terem restabelecido relações diplomáticas “vai ser muito bom para a grande família da língua portuguesa”, porém, ressalva, ainda é necessário aguardar qualquer acção por parte do Estado africano.

“Ainda não foram restabelecidas as instituições diplomáticas, por isso, não há um canal de comunicação muito prático”, alertou o secretário-geral adjunto ao Jornal Tribuna de Macau. “Vamos ver se há outras vias mais práticas para estabelecer um canal de comunicação com São Tomé e Príncipe e assim que ele existir iremos debater e coordenar” as acções seguintes.

Para já, não é possível prever um prazo já que depende do Governo Central e do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

“A integração de São Tomé e Príncipe vai fazer com que toda a família fique reunida porque já terão ‘chegado’ todos os membros que falam Português”, destacou Ding Tian. Inês Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”



Ding Tian – O novo secretário-geral adjunto do Fórum Macau domina fluentemente a língua portuguesa, tendo já desempenhado funções no Departamento de Ajuda Externa, com vasta experiência em assuntos da economia e do comércio externo. Já exerceu funções em Cabo Verde, no Brasil e em Timor-Leste o que lhe permite ter um profundo conhecimento sobre a realidade dos Países de Língua Portuguesa que integram o Fórum Macau.

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