O
Governo Central chinês ambiciona “reforçar” o intercâmbio cultural com
Portugal, realçando o “papel especial” de Macau na ligação entre as duas
partes. A garantia foi dada pelo presidente do Instituto Cultural, à margem da
assinatura do plano de cooperação cultural com a China, válido até 2018, e da
entrega de verbas a três
herdeiros representativos do património intangível de Macau
O vice-ministro da Cultura da
República Popular da China (RPC), Ding Wei, visitou Macau para revalidar o
plano de execução de intercâmbio cultural e de cooperação com Macau, que estará
em vigor até 2018. Além de assegurar a continuidade da parceria cultural, Ding
Wei revelou também que o Ministério da Cultura chinês está interessado em
“reforçar” o intercâmbio com Portugal através de Macau, que terá um “papel
especial” enquanto plataforma.
“O vice-ministro da Cultura da
China disse que só Macau é que pode desempenhar o papel de ligação entre as
duas partes por causa da história que tem com Portugal, como por exemplo, a
língua, os hábitos e o conhecimento do ambiente de Macau”, garantiu o presidente
do Instituto Cultural (IC). Ung Vai Meng escusou-se a tecer mais pormenores
pelo facto da proposta ainda estar a ser pensada e estruturada, porém,
asseverou que “em 2020 vai acontecer alguma coisa”.
“Macau pode ter um papel
especial nesta cooperação, e de certeza que é a melhor escolha”, frisou o
presidente do IC, à margem da assinatura do plano de intercâmbio cultural com a
China.
A cerimónia, que decorreu
ontem na Casa do Mandarim, validou por mais dois anos um acordo que já data de
2006, e que visa formular projectos nas várias vertentes culturais: fóruns de discussão
regulares, intercâmbio de pessoas e oportunidades de cooperação. “Durante estes
10 anos, os projectos têm corrido muito bem. Mas, 2016 é um ano muito especial
por causa da reestruturação do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais
em que o IC assumiu a gestão de algumas competências”, começou por explicar Ung
Vai Meng.
Nesse sentido, sublinhou, “a
nossa responsabilidade é maior até porque temos em mãos mais projectos
culturais e, para isso, precisamos de contar com o apoio do Ministério da
Cultura da RPC”.
Um dos objectivos do referido plano
de cooperação é incentivar a integração cultural e promover um objectivo comum de
identidade cultural, para que as actividades do território sejam apresentadas
no Interior da China e que a cultura chinesa vá mais além. “Queremos que entidades
como a Orquestra de Macau e a Orquestra Chinesa possam representar a China para
o mundo”, explicou.
Por outro lado, o plano
permite a formulação de relatórios sobre os itens representativos do património
cultural intangível de Macau e os respectivos herdeiros. Por isso, a Casa do
Mandarim serviu também de palco para a cerimónia de entrega de verbas pelo
Governo da RPC aos herdeiros. Neste caso, foram contempladas três
personalidades: Tsang Tak Hang, herdeiro representativo da escultura de ídolos
sagrados; o herdeiro da música ritual taoísta, Ng Peng Chi, e Nh Wing Mui,
herdeira das Naamyam Cantoneses.
Sem avançar com montantes, o
presidente do IC considerou que é, antes de mais, “um gesto simbólico muito
importante”. “O Ministério da Cultura da China está a encorajar e a apoiar
estes sucessores”, apontou. O apoio financeiro visa incentivar os herdeiros a
realizar actividades de formação e transmissão da arte que representam.
Além daquelas tradições, também integram a lista do património intangível de Macau o Chá de Ervas, a Ópera Yueju (ópera cantonense), o Festival do Dragão Embriagado; A-Má, crenças e costumes e Na-Tchá. Catarins Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
Além daquelas tradições, também integram a lista do património intangível de Macau o Chá de Ervas, a Ópera Yueju (ópera cantonense), o Festival do Dragão Embriagado; A-Má, crenças e costumes e Na-Tchá. Catarins Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
Sem comentários:
Enviar um comentário