O Regadio de Chimunda, no
distrito de Govuro, na província de Inhambane, está em vias de
operacionalização depois que, na semana passada, o Instituto Nacional de
Irrigação (INIR) procedeu à divulgação do vencedor do concurso internacional
para a selecção do gestor desta infra-estrutura hidráulica.
A empresa apurada é a
Rajarambapu Agro Pty Ltd, de origem indiana com larga experiência na gestão de
sistemas de regadios, conforme deu a conhecer a directora provincial de
Agricultura e Segurança Alimentar em Inhambane, Filomena Maiope. Acrescentou
que, neste momento, esta firma está a finalizar os processos constantes nos
termos de referência para a gestão do empreendimento.
O Governo provincial de
Inhambane indicou a gestão público-privada como a modalidade ideal por se
considerar mais rentável e sustentável, principalmente para um regadio que
envolve o sector familiar com poucos recursos financeiros para suportar os
custos de produção.
As obras de construção do
regadio de Chimunda terminaram em Setembro do ano passado e foram entregues
pelo empreiteiro ao Fundo de Desenvolvimento Agrário, para implementar o
projecto, em Dezembro de 2015, depois de feitas as correcções detectadas pelo
fiscal nos ensaios que duraram cinco dias.
Paralelamente à construção do
regadio que ocupa uma área de mil hectares, de onde foram retiradas algumas
famílias para dar lugar às obras, o Governo do distrito de Govuro retomou, no
ano passado, depois de um interregno para a mudança do construtor, a construção
de residências para os agregados retirados do polígono daquela infra-estrutura
de rega em Chimunda Scudo.
O governador de Inhambane,
Daniel Chapo, que recentemente visitou aquela infra-estrutura hidráulica,
orientou o Governo distrital para adoptar uma gestão participativa, onde as
comunidades locais devem se sentir donas de tudo que está sendo idealizado pelo
Governo no sentido de melhorar as condições das suas vidas.
Daniel Chapo disse que além da
participação das comunidades na construção das residências no centro de
reassentamento, toda a comunidade deve ficar informada de todos os detalhes
para pôr a funcionar uma infra-estrutura que a própria comunidade pediu ao
Governo para minimizar os baixos níveis de produção agrícola.
Dados em nosso poder indicam
que o regadio de Chimunda terá capacidade de trabalhar em mil hectares. Neste
momento decorrem trabalhos de lavoura de áreas para o ensaio.
Na fase de operação, pouco
mais de 300 hectares serão distribuídos ao sector familiar. O sector privado
vai ocupar mais de 600 hectares. As principais culturas a serem praticadas são
milho, couve, tomate, amendoim, feijão nhemba, sorgo, batata-reno e cebola.
Para permitir maior desempenho
dos produtores, o Fundo de Desenvolvimento Agrário colocou na casa agrária
daquele projecto oito tractores com respectivos implementos, um camião para o
escoamento da produção para os mercados, além de outro equipamento a ser gerido
pela empresa contratada para dirigir as actividades agrárias naquele regadio.
Na primeira campanha serão
colhidas naquela área cerca de 17 mil toneladas de culturas diversas. As
estâncias turísticas na região norte da província de Inhambane, com destaque
para o arquipélago de Bazaruto, serão os principais consumidores das culturas
daquele regadio que custou pouco mais de 19 milhões de dólares
norte-americanos. Victorino Xavier –
Moçambique in “Jornal Notícias”
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