O projecto é uma iniciativa
conjunta dos portos de Sines, Setúbal e Lisboa e da plataforma da Extremadura
espanhola e acaba de ser “candidatado ao POCTEP (Projecto de Colaboração
Transfronteiriça Espanha-Portugal) para co-financiamento comunitário”.
Na prática, o que se
pretende é criar em Badajoz um “enclave” da JUL portuguesa, com isso agilizando
os procedimentos inerentes à tramitação das mercadorias entre a plataforma
extremenha e os portos nacionais, mais próximos e mais eficientes que os espanhóis,
palavra de Juan Romero.
Tal como cá, também do lado
de lá da fronteira a Aduana / Alfândega está envolvida no processo desde a
primeira hora. “Na próxima terça-feira teremos mais uma reunião com as
Alfândegas dos dois países para acertar os últimos detalhes”, referiu o gestor
espanhol.
A Plataforma Logística do
Sudoeste Europeu e o Porto de Sines já desenvolveram juntos um projecto no
âmbito do primeiro POCTEP, “que correu muito bem”, o que motivou a esta segunda
candidatura e justifica o optimismo sobre o seu sucesso. Se assim for, o
co-financiamento poderá ser aprovado “dentro de seis a oito meses” e depois
“serão dois anos para a implementação”.
O investimento previsto é de
“2,7 milhões de euros e a comparticipação comunitária chega aos 75%, referiu
Juan Romero Miranda.
Instalados que estejam os
pórticos de leitura das matrículas dos camiões e dos contentores e harmonizado
que sejam os sistemas informáticos, “os contentores destinados aos nossos
portos estarão, na prática, como se em território nacional mal entrem na
plataforma de Badajoz”, realçou, por seu turno, Vítor Caldeirinha, presidente
do Porto de Setúbal.
As vantagens serão ainda
potenciadas caso se concretize a pretensão de Badajoz de criar uma zona franca
(com os inerentes benefícios fiscais) na plataforma logística.
Três
comboios semanais em ambos os sentidos
Lançado em Julho de 2015, o
serviço ferroviário de transporte de mercadorias entre a plataforma de Badajoz
e os portos portugueses atingiu neste mês de Janeiro de 2016 a frequência de
três comboios semanais.
Os produtos
agro-alimentares, com destino às Américas e a África, constituem as cargas à
saída de Badajoz. No regresso, os comboios da CP transportam “embalagens e
alguns produtos alimentares menos processados”, referiu ao Transportes &
Negócios o director da Plataforma Logística do Sudoeste Europeu.
Os tráfegos ainda não estão
equilibrados mas Juan Romero não disfarça o optimismo: “como a semana tem sete
dias e o domingo é para descansar, temos três comboios, ainda nos faltam outros
três”.
O porto de Sines é o destino
de “cerca de 55%” das mercadorias expedidas a partir de Badajoz. Setúbal “recebe
25% e o restante divide-se entre Lisboa e Leixões”, concluiu. In “Transportes
& Negócios” - Portugal
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