Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 7 de abril de 2020

Moçambique - Grupo armado ataca estaleiro no centro do país

Um cidadão vietnamita morreu decapitado num ataque contra um estaleiro na aldeia de Matarara, no interior sudeste de Manica, centro de Moçambique, disseram à Lusa várias testemunhas.

O grupo entrou na aldeia cerca das 05:00 locais (04:00 em Lisboa), tendo invadido o estaleiro madeireiro onde também incendiou sete camiões de carga e dois ‘bulldozers’.

“Eram sete homens, cinco armados e dois com catanas”, descreveram.

“Mataram, com catana [o cidadão vietnamita] e deixaram-no na mata onde fomos recuperar o corpo”, disse à Lusa José Chimudondo, um sobrevivente.

Um outro sobrevivente contou que os atacantes agruparam os trabalhadores do estaleiro, após serem retirados das suas palhotas, fazendo deles reféns e classificando a acção como um ”recado” acerca das suas reivindicações.

“Eles diziam que as pessoas estão a morrer por culpa de Ossufo [Momade]”, afirmou segunda-feira à Lusa Manuel Jone, um guarda do estaleiro, que escapou das mãos dos atacantes.

Ossufo Momade é o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição em Moçambique, que em Agosto de 2019 assinou um acordo de paz com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, que prevê o desarmamento e reintegração de guerrilheiros do seu partido.

O acordo e a liderança de Momade são contestados por um grupo de guerrilheiros dissidentes liderados por Mariano Nhongo.

“Nós estamos no mato a sofrer enquanto Ossufo está na cidade”, disse Manuel Jone, citando um dos guerrilheiros durante um ataque.

Os atacantes exigiam dinheiro e alimentos, disseram os sobreviventes, mas durante a sua retirada não conseguiram carregar a farinha de milho e peixe seco que ali havia.

Autoridades de saúde locais confirmaram à Lusa a entrada do corpo da vítima mortal do ataque no centro de saúde de Dombe.

Este ataque ocorreu a cerca de 10 quilómetros da Estrada Nacional 01, a principal ligação do Sul ao Norte de Moçambique, com um histórico de incursões de homens armados que desde Agosto já matou 23 pessoas. In “O Século de Joanesburgo” – África do Sul com “Lusa”

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