Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Madeira - A Quinta dos Jardins do Imperador da Áustria vai reabrir



O Governo da Madeira vai reabrir ao público em janeiro do próximo ano, mediante entradas pagas, a Quinta dos Jardins do Imperador, implantada na freguesia do Monte, no Funchal, que estava abandonada e foi afetada pelos incêndios de agosto de 2016.

A secretária regional do Ambiente e Recursos Naturais, Susana Prada, visitou na passada semana as obras de recuperação da Quinta que estão a cargo do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN). “As espécies invasoras tomaram conta do jardim e o Governo Regional decidiu intervir no sentido de limpar e enriquecer as coleções, nomeadamente com rosas”, disse a secretária regional, acrescentando que o executivo pretende “dinamizar o espaço” e “torná-lo visitável à população”. “Nós vamos abrir o Jardim a partir do início do próximo ano”, revelou, com um preço de entrada “simbólico”.

Uma quinta cheia de histórias

A Quinta situa-se no Sítio do Pico, na freguesia do Monte, no concelho do Funchal e compreende um edifício com capela, lago, parque e jardins e uma torre denominada Malakof, referência do património edificado madeirense. É conhecida como Quinta dos Jardins do Imperador numa alusão ao Imperador Carlos de Áustria, último Imperador da Áustria-Hungria que ali viveu com a sua família, exilado entre 1921 e 1922, acabando por ali falecer.

Foi mandada construir por James Gordon no sítio do Pico, freguesia do Monte. É também conhecida por Quinta Cossart, em virtude de nela ter vivido Leland Cossart, cidadão britânico. A quinta foi ainda residência de outras figuras ilustres como, por exemplo a artista plástica madeirense Lourdes de Castro.

Na emblemática torre Malakof foi instalada uma cafetaria para dar apoio aos visitantes. “Esta torre de inegável beleza, não só pela sua configuração arquitectónica mas, também, pelo facto de permitir apreciar a romântica paisagem do Monte, encontra-se perto de um jardim com o mesmo nome, constituído por uma pequena fonte e, ao seu redor, uma vasta área composta por rosas das mais variadas cores”, lê-se no site na internet da Câmara o Funchal.

A casa, rodeada por um imenso jardim formalmente organizado com alegretes contornados a buxo, matas e pomares, foi mandada construir no segundo quartel do século XIX por James Webster Gordon, nascido em Londres, “e está cheia de histórias e de História”. Em 1851 o novo proprietário, irmão de James Gordon, melhorou a propriedade. Murou-a e construiu o jardim e a torre Malakoff. A torre é uma elegante construção de planta circular de onde se avista uma soberba panorâmica. Tal como o Jardim, é homenagem aos heróis da vitória de Sbastopol, castelo recapturado pelas tropas anglo-franceses, em 1855, durante a guerra da Crimeia.

A quinta mudou frequentemente de proprietário, o último foi o banqueiro Rocha Machado, que a adquiriu em 1899 e tornou-a conhecida em todo o mundo. Em 1901 os reis de Portugal, D. Carlos e D. Amélia, foram ali homenageados com um “Garden Party” e, a 21 de Outubro de 1922, os aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral foram à quinta almoçar com os seus proprietários.

Luís Rocha Machado, filho do banqueiro com o mesmo nome, ofereceu a casa para residência temporária do Imperador da Áustria, em 1921. Passou mais tarde por herança às filhas de Luiz Rocha Machado, tendo uma delas, D. Helena Rocha Machado e Couto residido na Quinta entre 1956 e 1975, altura em que a cedeu à pintora madeirense Lurdes de Castro. O imóvel foi vendido ao governo na década de 80 do séc. XX.

O Governo Regional vai instalar na Quinta o Museu do Romantismo e uma cafetaria de apoio aos visitantes. In “Mundo Português” - Portugal

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