Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Macau – Instituto de Formação Turística vai cooperar com a Universidade de Évora

O Instituto de Formação Turística (IFT) e a Universidade de Évora assinaram um acordo que pretende promover o intercâmbio de estudantes, vagas para estágio, investigação conjunta e colaboração futura em cursos de pós-graduação, tendo em vista a área do restauro e gestão do património.

Em Setembro, Alexis Tam levou quatro delegações em visita a Portugal, uma das quais do ensino superior. O protocolo, que visa aprofundar relações no curso de gestão de património, vai permitir “colocar alunos a estagiar na Universidade de Évora”, bem como “aproveitar os professores desta universidade para ensinar e dar workshops aqui”, referiu o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura.

“É uma colaboração perfeita para nós. Estamos a fazer o melhor possível para providenciar oportunidades aos nossos alunos, nomeadamente para fazer estágios em Portugal”, indicou. Para além de querer atrair alunos portugueses para instituições de ensino superior na RAEM, o governante quer ajudar a formar estudantes de outros países lusófonos, nomeadamente de Cabo Verde, Angola, Moçambique, São Tomé, Guiné Bissau e Timor Leste. “Temos de exportar os nossos cursos académicos porque hoje em dia temos condições”.

Em relação ao IFT, Alexis Tam declarou que “já não é só um instituto local”, acrescentando que “o governo da RAEM está a investir muito” na instituição sediada em Mong-Há.

Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora, explicou que a instituição que dirige precisa de atender tanto às necessidades regionais como internacionais. “Já vamos receber dois estudantes em Janeiro, para trabalhar no laboratório Hércules, mas em princípio vamos fazer um curso de verão já este ano”, adiantou, à margem da cerimónia da assinatura.

E espera que o inverso também suceda, com estudantes da Universidade de Évora a virem para o IFT. “Os alunos da Universidade de Évora têm de ser muito forçados a sair mas têm começado a sair mais. Muitos vão já em Erasmus para a Europa, Macau é uma outra realidade”, referiu.

“Évora é manifestamente agrícola mas também tem outras indústrias a fixarem-se. E temos de fixar mais indústria, ter mais emprego qualificado para podermos fixar mais jovens que não têm de ser nem os de Évora, nem os Alentejanos, nem os Portugueses”, clarificou. A necessidade, segundo indicou Ana Costa Freitas, é tornar Évora num centro atractivo e a cooperação com Macau torna-se importante pela vontade do Governo chinês em manter uma ligação a Portugal.

Nesse sentido, no âmbito da parceria com o IFT, pretende ainda fazer “mestrados e doutoramentos em co-tutela, que dêem benefícios para ambas as instituições”.

Com a alteração da lei do Ensino Superior, o IFT começou já a preparar um programa de mestrado em gestão hoteleira. E Fanny Wong, presidente do IFT, indicou estar interessada em colaborar com outras entidades. “Com a Universidade de Évora poderia ser na área da gestão de património porque têm programas muito fortes nessa área”, disse.

Fanny Vong frisou perceber que o IFT precisa “de diversificar as [suas] relações internacionais, e os países de língua portuguesa não podem ser ignorados”.

A presidente confessou que, na visita à Universidade de Évora ficou impressionada com o laboratório Hércules, na área do restauro, sendo que o IFT tem um curso de gestão do património. Para além disso “os estudantes estão a começar a ver que têm mais oportunidades se dominarem o português”, pelo que parcerias com instituições de países de língua portuguesa fomentam interesse. Salomé Fernandes – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

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