Novo relatório da OIT destaca
o custo que o VIH e a SIDA continuam a ter sobre a força de trabalho e suas
implicações económicas e sociais
Além do sofrimento humano, o
VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) e a SIDA (Síndrome da imunodeficiência
adquirida) causam milhões de dólares em ganhos perdidos, em grande parte como
resultado das mortes de centenas de milhares de trabalhadores que poderiam ser
evitadas com tratamento, disse a OIT num relatório lançado quarta-feira, 23 de
Maio de 2018.
Os ganhos perdidos atribuíveis
à SIDA - como resultado de morte ou incapacidade para trabalhar - mostram um
declínio substancial a partir de 2005, quando eles totalizaram quase 17 bilhões
de dólares, mas ainda projeta-se que eles cheguem a 7,2 bilhões de dólares em
2020.
O relatório “O impacto do VIH
e da SIDA no mundo do trabalho: Estimativas globais”, preparado em colaboração
com o UNAIDS, examina como a evolução da epidemia do VIH e o aumento na oferta
da terapia antirretroviral (TARV) tiveram impacto sobre a força de trabalho
global e como estão as projeções para o futuro. Além disso, o documento faz uma
avaliação sobre os impactos económicos e sociais do VIH nos trabalhadores e em
suas famílias.
O relatório mostra que as
mortes da força de trabalho atribuídas ao VIH e à SIDA devem cair para 425 mil
em 2020, de 1,3 milhão em 2005. A maior incidência de mortalidade está entre os
trabalhadores na faixa dos 30 anos. “Esta é a idade em que os trabalhadores
estão normalmente no auge da sua vida produtiva. Essas mortes são totalmente
evitáveis se o tratamento for ampliado e acelerado ”, disse Guy Ryder, Director-Geral
da OIT.
A boa notícia é que o
tratamento para o VIH está mantendo os trabalhadores produtivos. O número de
trabalhadores que vivem com VIH e que estão total ou parcialmente incapazes de
trabalhar diminuiu drasticamente desde 2005, e a projeção é de que esta
tendência se mantenha. Estima-se que o número total de pessoas com incapacidade
total para trabalhar diminua para cerca de 40.000 em 2020, de um nível de cerca
de 350 mil em 2005 - um declínio de 85% para homens e de 93% para mulheres.
O relatório também analisa os
“custos ocultos” - o peso dos cuidados ou tarefas adicionais para os membros da
família. Em 2020, cerca de 140 mil crianças terão uma carga adicional de
trabalho infantil, de acordo com a previsão mediana, enquanto um equivalente
adicional de 50 mil trabalhadores em tempo integral realizarão trabalho de
cuidados não remunerado.
O número de trabalhadores que
vivem com o VIH aumentou de 22,5 milhões em 2005 para 26,6 milhões em 2015. A
previsão é de que esse número aumente para cerca de 30 milhões em 2020, mesmo
que a oferta do tratamento antirretroviral seja ampliada como projetado.
“A mera ampliação da oferta de
tratamento não é suficiente. Testagem e medidas de prevenção do VIH também
precisam ser intensificadas se quisermos acabar com a SIDA. Isso faz sentido
tanto para as pessoas quanto para a economia”, acrescentou Guy Ryder. Organização Internacional do Trabalho -
Brasil
Aceda ao relatório em língua inglesa completo aqui
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