Os
aeroportos de Benguela (Catumbela), Lubango, Moçâmedes e Ondjiva poderão ainda
este ano começar a receber vôos internacionais operados pela Air Namíbia,
aumentando a abrangência destas infra-estruturas aeroportuárias, actualmente
limitadas aos vôos internos
A companhia aérea namibiana
tem em curso negociações com as autoridades angolanas para iniciar quatro rotas
adicionais para Angola, o que somará cinco, incluindo a actual que liga Luanda
e Windhoek, embora ainda não exista um calendário oficial para o efeito, sendo
o mês de Outubro uma forte possibilidade se isso depender da Air Namíbia.
Esta possibilidade foi
trabalhada entre as delegações angolana e namibiana durante a recente visita do
Presidente João Lourenço à Namíbia por ocasião do 40ª aniversário do massacre
de Cassinga, onde as tropas do regime do apartheid sul-africano mataram
centenas de pessoas num campo de refugiados namibianos em solo angolano.
Segundo o Presidente
namibiano, Hage Geingob, citado pela imprensa local, o aumento das rotas
operadas pela Air Namibia para Angola será um "catalisador para o
incremento da actividade comercial, negócios e turismo entre Angola e a
Namíbia", que decaiu fortemente nos últimos anos devido à crise económica
que assolou os dois países.
Geingog sublinhou que as
negociações que podem internacionalizar os aeroportos das províncias de
Benguela, Namibe, Huíla e Cunene estão avançadas e a recente visita do seu
homólogo angolano deu um forte impulso a esta possibilidade.
De acordo com o porta-voz da
transportadora aérea namibiana, Paul Nakawa, a Air Namibia requereu ao Governo
de Windhoek para interceder junto do Governo de Luanda de forma a acelerar o
processo de garantia dos direitos de trafego aéreo para os referidos destinos
em solo angolano.
A mesma fonte enfatizou, no
entanto, que a Air Namibia "continua a aguardar uma resposta oficial de
ambos os Governos sobre esta matéria".
Paul Nakawa admite mesmo que
se os direitos de trafego aéreo para os quatro destinos forem assegurados em
tempo útil, os vôos internacionais com origem e destino na Namíbia poderão
fazer o "take off" já em Outubro.
Isto, porque a companhia vai
precisar de alguns meses para criar as estruturas de apoio nos respectivos
aeroportos, tanto no que diz respeito aos equipamentos como aos recursos
humanos especializados necessário para dar corpo a uma rota erguida a partir do
zero.
Assim que as rotas estiverem
em condições de arrancar, a Air Namibia avança que poderá voar para cada um
deles entre três e quatro vezes por semana, com aviões da Embraer Jets, modelo
ERJ135, com 37 lugares.
Com este passo, a Air Namibia
adquire o estatuto histórico de ser a primeira companhia aérea a oferecer vôos
internacionais para os quatro aeroportos angolanos, todos eles com obras de
vulto realizadas nos últimos anos mas sem que, até hoje, tenha sido possível
obter certificação internacional.
Para que os aeroportos em
questão, como é disso exemplo o da Catumbela, em Benguela, possam apresentar-se
como internacionais e alternativos para aterragens em vôos com destinos
distintos, falta a emissão de certificado de aeroporto internacional que é da
responsabilidade da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO, sigla em
inglês).
Recorde-se que, actualmente,
os aeroportos alternativos em caso de impedimento do de Luanda, são os da RDC.
Ao aeroporto da Catumbela
falta, para ser internacional, segundo divulgou a Empresa Nacional de
Aeroportos e Navegação Aérea (ENANA), entre outros requisitos menos complexos,
equipamentos de controlo de navegação aérea e segurança.
Este é, a par do 4 de
Fevereiro, o único aeroporto com possibilidade de certificação internacional,
embora os restantes tenham condições para operar no âmbito regional com algumas
restrições, nomeadamente no tipo de aviões, e horários. Ricardo Bordalo – Angola in
“Novo Jornal”
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