SÃO PAULO – A corrente de
comércio do Brasil em 2015 foi de US$ 362,6 bilhões, segundo dados do
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o que significou
decréscimo de 25,2% em comparação com 2014. As exportações alcançaram US$ 191,1
bilhões (-15,1% com relação a 2014) e as importações US$ 171,4 bilhões (-25,2%
com relação a 2014).
Por isso, diante da nova
direção adotada pelo governo interino para o comércio exterior, parece
fundamental recuperar e incrementar o intercâmbio com países desenvolvidos. Um
desses países é a Alemanha, cuja chanceler Angela Merkel acabar de fazer uma
manifestação de boa-vontade em favor de uma reaproximação com a América Latina,
a partir de um acordo União Europeia-Mercosul que terá de superar históricas restrições
a commodities agrícolas. Em 2015, a Alemanha foi o quarto maior parceiro
comercial do Brasil, depois da China, EUA e Argentina.
É de se assinalar que, hoje, a
Alemanha exporta US$ 1,2 trilhão e importa US$ 900 bilhões e que dois terços de
seu comércio são realizados com a União Europeia, ou seja, nove de seus
principais parceiros estão na Europa. Mas o terço que resta não é uma soma
desprezível. Pelo contrário. E vem sendo ocupado pela China que, no entanto,
passa por uma fase de estagnação ou pouco crescimento. Só o mercado alemão de
alimentos é estimado em US$ 50 bilhões.
De fato, a corrente de
comércio entre Brasil e Alemanha tem apresentado um decréscimo inaceitável nos
últimos anos: US$ 24,3 bilhões em 2011, US$ 21,5 bilhões em 2012, US$ 21,7
bilhões em 2013, US$ 20,5 bilhões em 2014 e US$ 15,6 bilhões em 2015. As
exportações do Brasil em 2015 chegaram a US$ 5,2 bilhões, mas as importações
foram de US$ 10,4 bilhões. Tradicionalmente, a balança comercial tem sido
amplamente favorável à Alemanha, quando deveria apresentar maior equilíbrio. A
evolução de 2015 mostra um decréscimo no comércio bilateral em relação a 2014
(US$ -4,9 bilhões), em razão da diminuição das importações brasileiras.
Os principais produtos
exportados pelo Brasil são café, chá, mate e especiarias, além de minérios,
escórias e cinzas, bem como máquinas, aparelhos, materiais elétricos e metais
comuns. Os principais produtos importados pelo Brasil são caldeiras, máquinas,
aparelhos e instrumentos mecânicos, produtos farmacêuticos e
veículos/automóveis.
Sem dúvida, há um grande
espaço para a inserção do Brasil no comércio com a Alemanha, cujo Produto
Interno Bruto (PIB) cresce a 1,5% por ano. Afinal, é um país de economia
aberta, com alto nível de consumo, baixo custo de energia, baixa taxa de juros
e malhas viária e hidroviária excelentes. Milton
Lourenço – Brasil
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Milton Lourenço é presidente
da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de
Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e
da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e
Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br
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