Bissau – O Presidente da
Associação Nacional dos Agricultores da Guiné-Bissau (ANAG), afirmou hoje que,
futuramente, o país vai passar a exportar mangas para os países da Africa
Ocidental.
Jaime Boles Gomes falava em
entrevista exclusiva à ANG, sobre a sua recente participação na “Semana de
Mangas “ realizada em Dacar, de 31 de Maio a 03 de Junho, onde o país foi
representado pelo governo e os seus parceiros incluindo a ANAG.
De acordo com Boles, o
encontro de Dakar foi mais uma oportunidade para o país, “porque a criação da
Fileira de Mangas para exportação, é uma janela que abriu para reforçar e encontrar
outra alternativa ao caju, que tem sido até aqui o único produto de exportação”.
“É triste e lamentável
quando um país como o nosso que podia tirar muitos proveitos na área de
produção agrícola, ficasse agarrado ao único produto que é o caju, quando
acabar a campanha acaba-se automaticamente a exportação” disse.
Segundo Jaime Boles, se o
país conseguir lançar a exportação de mangas, os camponeses vão ganhar mais
dinheiro que servirá para financiar a diversificação da produção.
O Presidente da ANAG
informou ainda que durante o encontro foi criada a Aliança Regional de Produção
de Mangas da África Ocidental para Exportação, que congrega sete países da
sub-região entre os quais a Guiné-Bissau, Gâmbia, Senegal e Guiné-Conacri,
financiada pela Agência Americana de Cooperação e Desenvolvimento (USAID), e
sob tutela dos Ministérios de Agricultura dos respectivos países.
“As mangas que temos no país
são oriundas de uma produção amadora e essa prática deve ser ultrapassada para
ingressamos no sistema mais profissional que visa seguir as exigência
tecnológicas e científicas que permita aos nossos camponeses fazerem uma
colheita de produtos de qualidade mediante as normas exigidas no mercado
internacional “ frisou.
Para Jaime Bolis tudo isso
passa pela colheita e boa conservação do produto para poder vir a ser comprado
num preço bom no mercado internacional, e dar oportunidade a passagem à etapa
de transformação de produtos agrícolas locais criando empregos e outros
benefícios ao país.
Aquele responsável lamentou
que os sumos que o pais importa podiam ser fabricado no país uma vez que
existem localmente variedades de frutas desde laranjas, limão, maracujá e
muitos outros, que infelizmente são utilizados para enriquecer outros países.
Falando da comercialização
da castanha de caju deste ano, o Presidente da ANAG disse que está a decorrer
bem, uma vez que o preço de referência está a ser cumprido.
Boles frisou que,
actualmente, a castanha de caju está a ser comprado num valor que varia entre
os 600 e 650 FCA por quilo, salientando que o mais importante neste processo é
a organização dos produtores em cooperativas e na venda colectiva que pode dar
mais benefícios aos camponeses.
Jaime Boles relacionou o
sucesso da campanha do ano em curso a procura de amêndoa de caju no mercado
internacional, tendo apelado a prevalência da paz na Guiné-Bissau, “porque sem
a ela não se pode fazer nada muito menos a criação de novos projectos de
investimentos”.
A recém-criada Aliança
Regional de Produção de Mangas da África Ocidental para Exportação vai ser
presidida pelo Senegal e a Guiné-Bissau ocupa o lugar de Segundo
Vice-Presidente até a próxima Assembleia-Geral, que será realizada a 17 de
Outubro de 2017. In “Agência de Notícias da Guiné” –
Guiné-Bissau
Sem comentários:
Enviar um comentário