Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 6 de abril de 2014

Recinto megalítico dos Almendres


A poucos quilómetros de Évora, entre a saída da auto-estrada e a cidade, encontra-se o monumental recinto megalítico dos Almendres, uma descoberta na década sessenta do séc. XX e que se encontra para visita do público, no estado em que praticamente foi encontrado e por uma estrada em que os últimos quatro quilómetros, estão, dizemos nós numa forma exagerada, como no tempo em que foram colocados os monólitos. Os turistas estrangeiros já começam a procurar pelo recinto e o local que poderia ser uma fonte de receita turística, encontra-se praticamente ao abandono, não sabendo as entidades locais, como este monumento pode ser uma boa fonte de receita. Convidamos os turistas de todo o mundo a fazer uma visita ao recinto megalítico dos Almendres e para um melhor conhecimento, aqui ficam as palavras da autarquia eborense. Baía da Lusofonia

Os arredores de Évora, e sobretudo o território a Oeste da cidade, constituem, em termos peninsulares, a paisagem megalítica mais diversificada e monumental.

A quantidade e as dimensões dos monumentos megalíticos de Évora relacionam-se, antes de mais, com a posição privilegiada deste território, em termos de transitabilidade natural: de facto, nos arredores da cidade, encontramos o único ponto em que as bacias hidrográficas dos três maiores rios do Sul - o Tejo, o Sado e o Guadiana - se tocam.

O papel estruturante, nas redes viárias primitivas, desempenhado pelos cursos de água e pelos festos - as linhas divisórias das bacias hidrográficas - foi certamente determinante na excepcionalidade do megalitismo eborense.

Por outro lado, se considerarmos o megalitismo como um fenómeno enraizado nas práticas culturais das últimas comunidades de caçadores-recolectores, em face de profundas transformações, vindas do Mediterrâneo oriental, juntamente com o modo de vida agro-pastoril, o carácter específico da área de Évora parece ser uma consequência das dinâmicas dessas comunidades que tiveram, nos estuários do Tejo e do Sado, tal como na Bretanha, dois dos núcleos mais importantes da fachada atlântica europeia.

Os monumentos/sítios, propostos neste Roteiro, não estão isolados. Só no distrito de Évora, conhecem-se, actualmente, mais de uma dezena de recintos megalíticos, quase uma centena de menires isolados (ou associados em pequenos grupos), perto de oitocentas antas e cerca de quatrocentos e cinquenta povoados "megalíticos". Existem ainda alguns raros exemplares de monumentos aparentados, os tholoi, e, na área da Barragem do Alqueva, foi recentemente descoberto um extraordinário santuário de arte rupestre, actualmente submerso. Conhecem-se igualmente cerca de uma centena de pedras com covinhas, monumentos misteriosos certamente relacionados com o megalitismo; com efeito, as covinhas surgem, frequentemente, gravadas nos próprios monumentos megalíticos.

O maior monumento megalítico da Península Ibérica e um dos mais antigos monumentos da Humanidade.

Foi construído há cerca de 7000 anos, nos alvores do Neolítico, a época em que surgiram, na Europa ocidental, as primeiras comunidades de pastores e agricultores, no contexto de profundas transformações culturais.

O recinto dos Almendres cuja planta original era, muito provavelmente, em forma de ferradura, aberta a nascente, parece ter sofrido acrescentos e remodelações: a forma actual do monumento, relativamente complexa, resulta, por um lado, dessas intervenções antigas e, por outro, de amputações e perturbações muito recentes. Actualmente, conta com cerca de uma centena de monólitos, alguns deles decorados.

A escolha dos lugares em que estes monumentos foram erigidos, teve seguramente em conta a estrutura física da paisagem, nomeadamente a rede hidrográfica, mas também os fenómenos astronómicos mais notórios, relacionados com os movimentos anuais do Sol e da Lua, no horizonte.

Nos arredores de Évora, numa área restrita, a Oeste da cidade, localizam-se outros dois recintos do mesmo tipo - Portela de Mogos e Vale Maria do Meio. Este conjunto constitui a maior concentração de menires da Península, demonstrando o papel especial que esta região desempenhou na génese do megalitismo europeu.

Como na maioria das regiões megalíticas europeias, existe, na região, um número elevado de menires isolados, alguns deles em aparente articulação espacial com os recintos e genericamente contemporâneos.

O menir do Monte dos Almendres é um exemplar de forma ovóide alongada, característica dos menires da área de Évora e exibe um báculo, gravado em baixo-relevo, na parte superior.

O báculo é o tema mais frequente nos menires alentejanos (e igualmente muito bem representado, nos menires bretões); trata-se de um tema que evoca certamente a economia neolítica, em que a pastorícia desempenhou um papel central; reflecte igualmente os fundamentos da ideologia neolítica, em que o domínio da natureza, a domesticação de animais e plantas, constituiu um dos temas dominantes.

Alguns dos menires foram decorados com motivos que reforçam, de um modo geral, o respectivo carácter antropomórfico: estamos, na verdade, perante as primeiras estátuas representações tridimensionais e em grande escala, da figura humana. O nascimento da estatuária.

A localização do monumento relaciona-se claramente com a do recinto dos Almendres, uma vez que corresponde a uma direcção astronómica elementar: o menir, visto a partir do recinto, indica a posição do nascer do Sol, no dia maior do ano, o dia do Solstício de Verão. CM Évora - Portugal

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