A poucos quilómetros de Évora, entre a saída
da auto-estrada e a cidade, encontra-se o monumental recinto megalítico dos
Almendres, uma descoberta na década sessenta do séc. XX e que se encontra para
visita do público, no estado em que praticamente foi encontrado e por uma
estrada em que os últimos quatro quilómetros, estão, dizemos nós numa forma
exagerada, como no tempo em que foram colocados os monólitos. Os turistas
estrangeiros já começam a procurar pelo recinto e o local que poderia ser uma
fonte de receita turística, encontra-se praticamente ao abandono, não sabendo
as entidades locais, como este monumento pode ser uma boa fonte de receita.
Convidamos os turistas de todo o mundo a fazer uma visita ao recinto megalítico
dos Almendres e para um melhor conhecimento, aqui ficam as palavras da autarquia
eborense. Baía da Lusofonia
Os arredores de Évora, e sobretudo o
território a Oeste da cidade, constituem, em termos peninsulares, a paisagem
megalítica mais diversificada e monumental.
A quantidade e as dimensões dos monumentos
megalíticos de Évora relacionam-se, antes de mais, com a posição privilegiada
deste território, em termos de transitabilidade natural: de facto, nos
arredores da cidade, encontramos o único ponto em que as bacias hidrográficas
dos três maiores rios do Sul - o Tejo, o Sado e o Guadiana - se tocam.
O papel estruturante, nas redes viárias
primitivas, desempenhado pelos cursos de água e pelos festos - as linhas
divisórias das bacias hidrográficas - foi certamente determinante na
excepcionalidade do megalitismo eborense.
Por outro lado, se considerarmos o
megalitismo como um fenómeno enraizado nas práticas culturais das últimas
comunidades de caçadores-recolectores, em face de profundas transformações,
vindas do Mediterrâneo oriental, juntamente com o modo de vida agro-pastoril, o
carácter específico da área de Évora parece ser uma consequência das dinâmicas
dessas comunidades que tiveram, nos estuários do Tejo e do Sado, tal como na
Bretanha, dois dos núcleos mais importantes da fachada atlântica europeia.
Os monumentos/sítios, propostos neste
Roteiro, não estão isolados. Só no distrito de Évora, conhecem-se, actualmente,
mais de uma dezena de recintos megalíticos, quase uma centena de menires
isolados (ou associados em pequenos grupos), perto de oitocentas antas e cerca
de quatrocentos e cinquenta povoados "megalíticos". Existem ainda
alguns raros exemplares de monumentos aparentados, os tholoi, e, na área da
Barragem do Alqueva, foi recentemente descoberto um extraordinário santuário de
arte rupestre, actualmente submerso. Conhecem-se igualmente cerca de uma
centena de pedras com covinhas, monumentos misteriosos certamente relacionados
com o megalitismo; com efeito, as covinhas surgem, frequentemente, gravadas nos
próprios monumentos megalíticos.
O maior monumento megalítico da Península
Ibérica e um dos mais antigos monumentos da Humanidade.
Foi construído há cerca de 7000 anos, nos
alvores do Neolítico, a época em que surgiram, na Europa ocidental, as
primeiras comunidades de pastores e agricultores, no contexto de profundas
transformações culturais.
O recinto dos Almendres cuja planta original
era, muito provavelmente, em forma de ferradura, aberta a nascente, parece ter
sofrido acrescentos e remodelações: a forma actual do monumento, relativamente
complexa, resulta, por um lado, dessas intervenções antigas e, por outro, de
amputações e perturbações muito recentes. Actualmente, conta com cerca de uma
centena de monólitos, alguns deles decorados.
A escolha dos lugares em que estes monumentos
foram erigidos, teve seguramente em conta a estrutura física da paisagem,
nomeadamente a rede hidrográfica, mas também os fenómenos astronómicos mais
notórios, relacionados com os movimentos anuais do Sol e da Lua, no horizonte.
Nos arredores de Évora, numa área restrita, a
Oeste da cidade, localizam-se outros dois recintos do mesmo tipo - Portela de
Mogos e Vale Maria do Meio. Este conjunto constitui a maior concentração de
menires da Península, demonstrando o papel especial que esta região desempenhou
na génese do megalitismo europeu.
Como na maioria das regiões megalíticas
europeias, existe, na região, um número elevado de menires isolados, alguns
deles em aparente articulação espacial com os recintos e genericamente
contemporâneos.
O menir do Monte dos Almendres é um exemplar
de forma ovóide alongada, característica dos menires da área de Évora e exibe
um báculo, gravado em baixo-relevo, na parte superior.
O báculo é o tema mais frequente nos menires
alentejanos (e igualmente muito bem representado, nos menires bretões);
trata-se de um tema que evoca certamente a economia neolítica, em que a pastorícia
desempenhou um papel central; reflecte igualmente os fundamentos da ideologia
neolítica, em que o domínio da natureza, a domesticação de animais e plantas,
constituiu um dos temas dominantes.
Alguns dos menires foram decorados com
motivos que reforçam, de um modo geral, o respectivo carácter antropomórfico:
estamos, na verdade, perante as primeiras estátuas representações
tridimensionais e em grande escala, da figura humana. O nascimento da
estatuária.
A localização do monumento relaciona-se
claramente com a do recinto dos Almendres, uma vez que corresponde a uma
direcção astronómica elementar: o menir, visto a partir do recinto, indica a
posição do nascer do Sol, no dia maior do ano, o dia do Solstício de Verão. CM Évora - Portugal
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