Um
homem, — era aquela noite amiga,
noite
cristã, berço no Nazareno, —
ao
relembrar os dias de pequeno,
e
a viva dança, e a lépida cantiga,
Quis
transportar ao verso doce e ameno
as
sensações da sua idade antiga,
naquela
mesma velha noite amiga,
noite
cristã, berço do Nazareno.
Escolheu
o soneto... A folha branca
pede-lhe
a inspiração; mas, frouxa e manca,
a
pena não acode ao gesto seu.
E,
em vão lutando contra o metro adverso,
só
lhe saiu este pequeno verso:
"Mudaria
o Natal ou mudei eu?"
Machado de Assis -
Brasil
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