Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Loucura


Há alguns anos alguém abriu um negócio comercial na cidade de Lisboa e teve sucesso. Esse negócio foi uma “Croissanterie” que rapidamente obteve tanto êxito que começaram, um pouco por todo o lado, a aparecem novas lojas, com uma proliferação tal, que a dado momento em cada esquina havia uma loja deste negócio. Evidentemente, passados uns meses, começaram todas as fechar, havendo quem perdesse dinheiro, emprego e ficasse com dívidas.

Esta história faz-me ver com preocupação, num tempo de crise, a abertura de três negócios, que não vou enumerar, que estão nesta altura de momentos difíceis, aparecer também um pouco por todo o lado. São investimentos que são feitos, talvez um pouco por desespero, lembrando o cerco a Lisboa, em que os sitiados, num rasgo de sobrevivência, lançaram os pães das muralhas do castelo, para alimentar as tropas castelhanas que os cercavam. Estes, ao verem tanta generosidade, pensaram que os cercados estavam bem alimentados, levantaram o cerco e foram-se embora.

O Lançamento dos pães no cerco a Lisboa, um dos momentos da nossa história, é hoje posto em causa, mas o que nós assistimos no quotidiano, é passados seis meses a maioria destes negócios fecham, com situações piores que no início da aventura. Será que as pessoas não percebem, que há negócios que apenas florescem em tempos de fartura e quando esse período passa, não há nada que os faça resistir, por não serem de primeira necessidade? Será que as pessoas não conseguem compreender o tempo que vivemos, onde o dinheiro escasseia? Baía da Lusofonia

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