“Consideremos, por exemplo, um time de
futebol. Um time de futebol é formado por vários indivíduos, 11 pessoas. Cada
pessoa com o seu trabalho concreto para fazer quando o time de futebol joga.
Pessoas diferentes umas das outras: temperamentos diferentes, muitas vezes
instrução diferente, alguns não sabem ler nem escrever, outros são doutores ou
engenheiros, religião diferente, um pode ser muçulmano, outro católico, etc.
Mesmo de política diferente, um pode ser de um Partido, outro de um outro. Um
pode ser da situação, como por exemplo em Portugal, outro pode ser da oposição.
Quer dizer, pessoas diferentes umas das
outras, considerando-se cada uma diferente da outra, mas do mesmo time de
futebol. E se esse time de futebol, no momento em que está a jogar, não
conseguir realizar a unidade de todos os elementos, não conseguirá ser um time
de futebol. Cada um pode conservar a sua personalidade, as suas ideias, a sua
religião, os seus problemas pessoais, um pouco da sua maneira de jogar mesmo,
mas eles têm que obedecer a uma coisa: têm que agir em conjunto, para meter
golos contra qualquer adversário com quem estiver a jogar, quer dizer, à roda
deste objectivo concreto, meter o máximo de golos contra o adversário. Têm que
formar uma unidade. Se não o fizerem, não é o time de futebol, não é nada. Isto
é para verem um exemplo de unidade.” Amílcar
Cabral – Guiné Bissau
Palavras sábias a de Amílcar Cabral, sempre
actuais e que melhor veículo para as transportar que o futebol. Palavras que
podem ser inseridas em diversos contextos, sejam na família, na sociedade, no
despertar colectivo de um estado-nação. Baía
da Lusofonia
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