Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Macau - Arlinda Frota mostra eclectismo do seu trabalho numa exposição com 50 obras

A pintora Arlinda Frota vai mostrar um total de 50 obras, em porcelana, acrílico e azulejo, numa nova exposição individual, que se inaugura na próxima quarta-feira, 9 de Maio, no Albergue SCM. A artista vai apresentar uma peça em porcelana, “um prato pintado emoldurado, que é a peça central da exposição”, um conjunto de acrílicos sobre tela e trabalhos em azulejo vidrado do século XVII, em azul cobalto. Nos acrílicos, Arlinda Frota utiliza a técnica recente “dos acrílicos fluídos, que tem no mundo não mais do que 10 anos e tem vindo a desenvolver-se nos Estados Unidos e na Holanda”, explicou ao Ponto Final.

“Há um grande ecletismo na minha pintura e isso deve-se ao facto do número de países por onde passei e em que vivi. A minha vida foi feita de viver entre três a cinco anos em cada país. Acontece que, por acaso, Macau é o local onde vivi mais anos”, explicou ao Ponto Final. “Isso fez com que os meus horizontes, também na pintura, fossem muito diversificados”, acrescentou a pintora, autodidacta, que foi médica especialista em doenças tropicais como primeira profissão.

Arlinda Frota soma já pelo menos uma centena de exposições realizadas na Europa, África e Ásia, desde que começou a mostrar o seu trabalho em 2004. “A maioria das minhas exposições foram, sobretudo, no domínio das porcelanas. Desde há seis anos comecei a introduzir também um misto de outras técnicas. Sempre porcelanas, mas outro tipo de produção artística”.

Arlinda Frota explicou que começou a pintar em acrílico, nos anos de 1980, em França. Mas foi em Macau, onde já vive há 12 anos, espaçados por períodos diferentes, que lhe foi mostrada a técnica da pintura em porcelana, à qual se dedica desde 2000.

“Foi na porcelana que realmente investi a maior parte do meu tempo na pintura, depois, com a minha passagem pela Coreia, de 2002 e 2006, introduzi-me no mundo das artes orientais, no papel de arroz, na tinta-da-china, e daí divergi um bocadinho das porcelanas”. A artista trabalhou o guache, os óleos sobre tela e há quatro anos começou a trabalhar o azulejo, na tradição portuguesa. C.A. in “Ponto Final” - Macau



Arlinda Frota dedica-se à pintura em porcelana desde há perto de duas décadas, quando ainda exercia a sua outra profissão de médica internista. Foi exatamente em Macau - essa cidade que é ponte entre culturas - que a artista recebeu ensinamentos de uma mestra portuguesa e adquiriu o traço fino com que se deleita a criar harmonia, na superfície imaculada da porcelana.
Arlinda Frota pinta os seus objetos decorativos - peças variadas que vão da taça mais delicada à pequenina caixa para joias - como se estivesse a pintar um quadro, isto é, com a mesma paixão do pintor diante da sua tela. Só que o seu mundo é um universo pequenino, como que a exprimir ternura pela decoração em miniatura e pelas cores que escolhe e compõe o que sai do seu mundo interior, da sua imaginação.
Muitos foram os caminhos que a conduziram à perfeição das suas peças, de Macau à Coreia, da Indonésia a Lisboa ou a Luanda. São estes mundos diversos que se encontram numa síntese artística que prima, efetivamente, por uma extrema originalidade.

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