Nos últimos dias, muito se tem falado em
Portugal de um país africano, antiga colónia portuguesa até ao final do séc.
XVIII e que se chama República da Guiné Equatorial. Comentadores e políticos
que ainda há algum tempo não sabiam da localização deste pequeno Estado
africano que faz fronteira marítima com São Tomé e Príncipe escrevem, falam,
como se fossem os maiores conhecedores deste pequeno país, que tem a
particularidade de ser na região africana onde está inserido, um dos três
países que tem construído infra-estruturas de raiz, para além de Cabo Verde e
Angola.
A Guiné Equatorial tem recebido muitos
empresários e trabalhadores portugueses, que estando em Angola, têm descoberto
um mundo de oportunidades, estruturado no seu plano governamental de
desenvolvimento, denominado Horizonte 2020.
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Esboço da futura capital |
Nesse projecto onde está incluído a
construção da nova capital do país, Djiblolo, que foi concebida por um atelier
português, a empresa "Arquitectura e Urbanismo IDF - Ideias do
Futuro" para uma área de intervenção superior a 8 mil hectares representando
um marco em África, a construção de uma cidade inteiramente dependente de
energias renováveis e sustentáveis.
No ano passado, 2013, realizaram-se eleições
gerais, tendo o partido do presidente Teodoro Obiang, o PDGE, eleito 99 dos 100
deputados ficando a oposição apenas com um. O deputado eleito pela oposição
representa o partido da Convergência para a Democracia Social (CPDS) membro da
Internacional Socialista que realizou no passado mês de Dezembro o seu V
Congresso Nacional, na cidade de Bata, na parte continental da Guiné
Equatorial.

“Uma delegação do CPDS foi recebida pelo
Presidente Obiang no Palácio do Povo, quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2014.
No dia de hoje, o Presidente da República,
Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, recebeu em audiência uma importante delegação da
Convergência para a Democracia Social (CPDS), conduzida pelo seu Secretario
Geral, Andrés Esono Ondo, seus três Vice Secretários-gerais, Pablo Mba Nzang,
Marcelino Capote, e o Dr. Wenceslao Mansogo, respectivamente, bem como o Secretário
de Assuntos Económicos, Recursos Naturais e Meio Ambiente, Marcos Manue Ndong
Owono.
A reunião, que durou hora e meia,
desenvolveu-se num contexto descontraído e muito cordial, e serviu como uma
oportunidade para abordar, com franqueza, temas de interesse nacional e da
actualidade política.
O Presidente Obiang deu as saudações de
boas-vindas aos seus convidados e felicitou o novo Secretário-geral do CPDS,
Andrés Esono Ondo, pela sua eleição democrática durante o recente Congresso
Nacional do partido.
Por sua vez, Andrés Esono agradeceu o
acolhimento, assim como as facilidades oferecidas pelo Governo para a
organização do congresso.
Os temas abordados giraram, de um modo geral,
sobre o mandato do V Congresso Nacional do CPDS, no sentido de solicitar ao
Presidente Obiang a convocatória de uma Mesa de Diálogo Nacional que permitirá
restabelecer a boa convivência política entre todas as forças vivas da nação, e
reunirá todos os actores políticos do país (partidos políticos legalizados e
não legalizados, internos ou no exterior).
Neste contexto, os representantes do CPDS
transmitiram ao Presidente Obiang as suas preocupações sobre a organização de
eleições na Guiné Equatorial, as manobras de enfraquecimento da oposição, o
retrocesso nos direitos e liberdades adquiridos nos primeiros anos do processo
de democratização, as dificuldades de acesso aos meios de comunicação estatais
e da necessidade de dar meios próprios, para as populações desalojadas que
estão sofrendo em Bata, Evinayong e Kogo.
O Presidente Obiang agradeceu este encontro e
expressou a sua plena disposição de estabelecer um novo quadro para o diálogo
entre todas as forças vivas da nação, para conduzir a um diálogo construtivo e
discutir sobre a política geral do país, já que o Pacto Nacional Vinculante, se
tornou obsoleto. O Presidente assinalou que vivemos tempos novos que deseja
erradicar todos os males, trabalhar de maneira solidária e limar as asperezas.
A reunião encerrou com o compromisso de que o
CPDS elabore um projecto para uma nova abordagem política que proponha e
apresente ao Governo.” Fim do comunicado.
Entre os apoios que o CPDS obteve durante o
seu Congresso, destacam-se o Secretário-geral da Internacional Socialista, Luis
Ayala, a Vice Secretário-geral Elena Valenciano do PSOE de Espanha e Sigmar
Gabriel do SPD da Alemanha.
Enquanto a maioria dos países da região,
democracias ou ditaduras, sofrem a destruição, devido a conflitos étnicos,
religiosos, a grande maioria fomentada por interesses externos aos territórios,
a Guiné Equatorial tem um partido da oposição que pretende através do dialogo, se promova a verdadeira democratização do país. Baía da Lusofonia
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