Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 13 de março de 2014

Pena de morte

A última execução de um condenado em Portugal registou-se no século XIX e os portugueses são um povo que defendem a abolição da pena de morte em qualquer parte do mundo, por isso é natural que quando cidadãos como Tadeo Mitogo Alo de 32 anos, acusado da morte do seu padrasto, Amadou Tamboura, 21 anos, acusado do assassínio da sua companheira, Mariano Nguema Ela, 28 anos, acusado de assassinato e Abraham Ngong, 30 anos, acusado do assassinato da sua companheira, executados na Guiné Equatorial no passado dia 31 de Janeiro de 2014, estimulem as críticas de comentadores e políticos portugueses contra um país que no passado dia 13 de Fevereiro apresentou uma moratória suspendendo a pena de morte, dando conta dessa decisão, primeiro à organização CPLP, confirmando depois nas Nações Unidas.

O que não faz sentido são os mesmos comentadores e políticos, perante a denúncia de um deputado federal de São Paulo no Brasil que afirmou e passo a citar: “Entre janeiro de 2010 e junho de 2012, 2882 pessoas foram mortas pela polícia nos estados do Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo, numa média de três por dia (no ano passado chegou a cinco). Os EUA, no mesmo período, tiveram 410 desses casos. Em Nova York, a polícia atirou em 24 pessoas e matou oito em 2011. Naquele ano, o Rio teve 238 mortos por policiais; em São Paulo, 242.”, não virem a terreno criticar com a mesma veemência as notícias transmitidas por este eleito brasileiro.

E o que dizer da notícia de um cidadão americano, de seu nome Glenn Ford, 64 anos, que se encontrava no corredor da morte desde 1988, acusado de um crime de assassinato que sempre negou e passados trinta anos, viu a justiça confirmar a sua inocência, justiça que desta vez, passado tanto tempo, ainda conseguiu chegar a horas de não ser cometido um verdadeiro crime. Que dirão os comentadores e políticos sobre esta situação nos Estados Unidos da América?

Por que será que estes comentadores e políticos têm dois pesos e duas medidas, perante factos idênticos, mas em latitudes diferentes? Baía da Lusofonia

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