Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

China e Tailândia unidas contra redes de burlas

O Presidente chinês, Xi Jinping, e a Primeira-ministra tailandesa, Paetongtarn Shinawatra, prometeram combater as redes de burla que assolam o sudeste asiático, durante um encontro, em Pequim.

Myanmar, Camboja e Laos, que se situam a sul da China e partilham fronteiras com a Tailândia, tornaram-se os principais centros de operações de fraude online, onde pessoas atraídas por falsos anúncios de empregos bem remunerados são mantidas em complexos secretos e forçadas a trabalhar para grupos criminosos que gerem burlas dirigidas a pessoas de todo o mundo. A situação tem afectado a reputação da Tailândia, uma vez que surgiram vários casos de chineses atraídos para trabalhar em Banguecoque para depois serem traficados para alguns complexos em Myanmar, sendo o actor Wang Xing a mais recente vítima.

A Tailândia e a China tomaram medidas para resolver o problema das burlas, incluindo uma visita de Liu Zhongyi, vice-ministro chinês da segurança pública, à região fronteiriça.

“A China aprecia as fortes medidas adoptadas pela Tailândia para combater a fraude online. As duas partes devem continuar a reforçar a aplicação da lei, a segurança e a cooperação judicial”, disse Xi, citado pela televisão estatal CCTV.

“A Tailândia está disposta a reforçar a cooperação em matéria de aplicação da lei com a China e outros países vizinhos e a adoptar medidas resolutas e eficazes para combater os crimes transfronteiriços, como o jogo e a fraude”, garantiu Paetongtarn.

Esta semana, a Tailândia cortou o fornecimento de electricidade a algumas zonas de Myanmar junto à sua fronteira, para tentar perturbar as operações dos grupos fraudulentos. O efeito desta medida não é claro, uma vez que os complexos têm frequentemente geradores próprios.

A visita à China é a primeira de Paetongtarn como Primeira-ministra e ocorre numa altura em que os dois países celebram 50 anos de laços diplomáticos.

Por outro lado, Xi afirmou que a China está pronta a trabalhar num novo projecto ferroviário entre os dois países. Na terça-feira, a Tailândia aprovou uma ligação ferroviária de 10 mil milhões de dólares que ligará Banguecoque à linha de alta velocidade Laos-China. Segundo Xi, os dois países também esperam aprofundar a cooperação no domínio dos veículos eléctricos, uma vez que a Tailândia é um mercado emergente para os fabricantes chineses.

A China já foi uma parte significativa do segmento turístico da Tailândia, mas em 2024, o número de visitantes baixou para 6,7 milhões, muito abaixo dos 11 milhões em 2019, quando os chineses representavam quase um terço de todas as chegadas. Paetongtarn frisou que a Tailândia está disposta a acomodar os interesses chineses em questões fundamentais.

Vincou ainda que a Tailândia respeita “firmemente” o princípio de ‘uma só China’, a posição de Pequim segundo a qual Taiwan faz parte da China. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Lusa”


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