O Ministério das Antiguidades do Egipto anunciou a descoberta do túmulo de Tutmés II, o primeiro túmulo real antigo encontrado desde o de Tutankamon em 1922.
Tutmés II era filho de Tutmés I e da sua esposa menor, Mutnofret, que era provavelmente filha de Ahmés I. Era, portanto, filho menor de Tutmés I e escolheu casar com a sua meia-irmã real, Hatchepsut, para garantir a sua realeza. Como Mutnofret era uma princesa e Tutmés I era um plebeu, provavelmente casaram apenas depois de Tutmés se ter tornado rei, pelo que o seu filho nasceria após a coroação do seu pai, e provavelmente após a meia-irmã Hatchepsut, que era filha do faraó com a sua esposa primária.
Isto significaria que Tutmés II estava no início da adolescência quando se tornou faraó. Embora tenha reprimido com sucesso rebeliões na Núbia e no Levante e derrotado um grupo de beduínos nómadas, estas campanhas foram levadas a cabo especificamente pelos generais do rei, e não pelo próprio Tutmés II o que é muitas vezes interpretado como evidência de que Tutmés II era ainda menor de idade quando assumiu o trono. Tutmés II gerou Neferure com Hatchepsut, e Tutmés III, com uma esposa menor chamada Iset.
Alguns arqueólogos acreditam que durante o governo de Tutmés II Hatchepsut era o verdadeiro poder por detrás do trono, devido às políticas internas e externas semelhantes que foram posteriormente adoptadas durante o seu reinado e por causa da sua alegação de que era a herdeira pretendida do pai. É retratada em várias cenas de relevo de um portal de Karnak que datam do reinado de Tutmés II, tanto juntamente com o seu marido como sozinha e mais tarde, fez-se coroar Faraó vários anos após o governo do jovem sucessor do seu marido, Tutmés III; isto é confirmado pelo facto de “os agentes da rainha terem substituído o nome do rei em alguns lugares pelos seus próprios”.
Agora, o túmulo de Tutmés II foi encontrado perto do Vale dos Reis em Luxor, no sul do Egipto, a alguns quilómetros do seu imponente templo funerário, erguido na margem oeste do Nilo.
Trata-se de “uma das descobertas arqueológicas mais importantes dos últimos anos”, celebrou o Ministério das Antiguidades.
Segundo estudos preliminares, o túmulo, escavado por uma missão conjunta egípcio-britânica, foi esvaziada na antiguidade, deixando o túmulo sem múmia real nem o esplendor dourado associado à descoberta de Tutankamon.
A sua entrada foi localizada pela primeira vez em 2022 nas montanhas de Luxor, a oeste do Vale dos Reis, mas os especialistas acreditavam que ela conduzia ao túmulo de uma esposa real.
A equipa encontrou depois “fragmentos de vasos de alabastro com o nome do faraó Tutmés II, identificado como o ‘rei falecido’, assim como inscrições com o nome de sua principal esposa real, a rainha Hatshepsut”, detalha o ministério.
Pouco depois do sepultamento do rei, a água inundou a câmara funerária, danificando o interior e fragmentando um revestimento de gesso decorado com extractos do Livro de Amduat, um antigo texto funerário sobre o além.
Também foram encontrados no túmulo alguns móveis funerários que pertenceram a Tutmés II, indicou o ministério.
De acordo com o chefe da missão, Piers Litherland, citado pelo Ministério das Antiguidades, a equipa continuará o seu trabalho na região, com a esperança de encontrar objectos que originalmente estavam no tumulo.
Este anúncio ocorre num momento em que o Egipto intensifica os esforços para impulsionar o turismo, uma fonte essencial de divisas estrangeiras para a economia do país. No ano passado, o Egipto recebeu 15,7 milhões de turistas e este ano espera a visita de 18 milhões, especialmente graças à esperada inauguração do Grande Museu Egípcio, ao pé das pirâmides de Gizé. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Agências Internacionais”
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