Investigador português recebe 100 mil euros por estudo inovador sobre a doença de Alzheimer. Prémio BIAL de Medicina Clínica 2024 reconhece trabalho que identifica regiões cerebrais mais afetadas pela patologia, abrindo caminho para diagnósticos precoces
O médico e investigador Tiago Gil Oliveira foi galardoado com o Prémio BIAL de Medicina Clínica 2024, no valor de 100 mil euros, pela sua obra “Desvendando os mistérios da suscetibilidade regional do cérebro à neurodegeneração na doença de Alzheimer: da neuropatologia à ressonância magnética cerebral”. O estudo premiado revela como diferentes regiões do cérebro são afetadas pelas proteínas tóxicas responsáveis pela doença de Alzheimer, contribuindo para um melhor entendimento dos mecanismos que levam à perda de memória de curto prazo e à desorientação espacial.
A investigação de Tiago Gil Oliveira, professor associado na Escola de Medicina da Universidade do Minho e neurorradiologista no Hospital de Braga, combinou análises post-mortem de pacientes com Alzheimer, exames de ressonância magnética e estudos em modelos de ratinhos. Esta abordagem multifacetada permitiu mapear a composição das regiões cerebrais afetadas e compreender como a manipulação das vias moleculares alteradas afeta a aprendizagem e a memória.
O trabalho premiado é considerado um avanço significativo no campo da neurociência, com potencial para melhorar o diagnóstico precoce e o desenvolvimento de tratamentos mais direcionados para a doença de Alzheimer. Luís Portela, Presidente da Fundação BIAL, destacou a importância desta investigação para abrir novas portas no combate a esta patologia degenerativa, que é a mais prevalente em Portugal e no mundo.
A cerimónia de entrega do Prémio BIAL de Medicina Clínica 2024 decorreu na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, contando com a presença de personalidades ilustres da medicina e da investigação científica. O evento marcou também o 40º aniversário deste prestigiado prémio, que visa incentivar e distinguir a investigação científica na área da Medicina.
Além do prémio principal, foram atribuídas duas Menções Honrosas, cada uma no valor de 10 mil euros. A primeira foi concedida ao projeto “Centro de Rastreio e Exame Ocular com Recursos de Inteligência Artificial”, liderado por Luís Abegão Pinto, Joana Tavares Ferreira e Quirina Tavares Ferreira. Este projeto inovador utiliza inteligência artificial para rastrear doenças oculares como o glaucoma e a retinopatia diabética, demonstrando uma taxa de eficácia de 90% na deteção precoce.
A segunda Menção Honrosa foi atribuída ao estudo “Degenerescência Macular da Idade – A Primeira Causa de Cegueira Irreversível em Portugal”, realizado por José Paulo Andrade e Ângela Carneiro. Esta investigação destaca o impacto da degenerescência macular da idade na população portuguesa e propõe estratégias para reduzir o número de casos de cegueira irreversível através de hábitos de vida saudáveis e deteção precoce. In “Healthnews” - Portugal
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