A companhia aérea timorense Aero Dili inaugura na próxima sexta-feira a rota aérea de ligação da capital de Timor-Leste à cidade chinesa de Xiamen, disse Lourenço de Oliveira, diretor executivo daquela empresa privada
Em declarações à Lusa, na sede da empresa em Díli, Lourenço de Oliveira explicou que decidiu abrir a rota porque esta “representa um grande mercado”, tendo em conta os milhares de chineses que vivem no território timorense.
Mas, salientou, também porque quando começou há dois anos a voar para Bali, na Indonésia, e depois para Singapura, a comunidade chinesa lhe pediu para fazer uma rota direta. “O processo não foi fácil”, disse o empresário timorense, mas o dia 14 de fevereiro marca o início do voo para Xiamen, cidade da província de Fujian, no sul da China.
A ligação entre as duas cidades demora cerca de 05:20 horas e a viagem de ida e volta vai custar cerca de 1060 dólares.
Questionado pela Lusa sobre se a expansão da empresa inclui ligações aéreas para a Austrália, Lourenço de Oliveira disse que já está a “submeter os documentos”. “Se aprovarem, tenho planos para fazer a rota Díli/Darwin e Díli/Melbourne”, afirmou.
Lourenço de Oliveira disse também que o futuro da companhia é de sucesso, principalmente se Timor-Leste for admitido como membro pleno na Associação das Nações do Sudeste Asiático, processo que as autoridades esperam concluir ainda no decorrer deste ano.
Criada em 2023, a Aero Dili fez o seu voo inaugural para Denpasar, Bali, em março do mesmo ano, e atualmente voa todos os dias para a capital daquela ilha indonésia.
No ano passado iniciou a ligação a Singapura com um voo semanal e também tem várias ligações semanais a Oecussi, enclave timorense situado no lado indonésio da ilha.
O único apoio financeiro que a Aero Dili recebe do Governo timorense é uma compensação de 50.000 dólares mensais para voar para Oecussi. “Ainda assim, tenho de dar também um subsídio de 7500 dólares” para manter os preços dos bilhetes acessíveis, disse Lourenço de Oliveira.
Questionado pela Lusa sobre se já pediu um aumento da compensação ao Governo, Lourenço de Oliveira explicou que nunca pediu, mas salientou a rota para a Oecussi está a correr “muito bem”. “Mas de qualquer maneira é bom e tem um bom aeroporto, podia era ser em Díli. Se eu pudesse mudar o aeroporto”, disse, salientando que as obras no aeroporto internacional Nicolau Lobato são “muito importantes”, principalmente o aumento da pista, que é pequena.
O director executivo da Aero Dili explicou que fica com as operações condicionadas, porque não pode utilizar aviões maiores.
A Aero Dili tem dois aviões, o segundo tem chegada prevista em Março. “Estou a precisar de um outro avião para cumprir os critérios”, disse o empresário, salientando que para Singapura está prevista a realização de dois voos semanais e que aguarda a assinatura de um acordo aéreo entre Timor-Leste e a Tailândia para começar também a voar para aquele país.
O empresário timorense afirmou que decidiu formar a Aero Dili, porque passados mais de 20 anos o país não tinha uma empresa aérea de bandeira nacional, apesar de antes operar as ligações aéreas entre a capital timorense e Bali com voos ‘charter’. “Comecei a formar recursos humanos e agora já temos 22 aeromoças, três pilotos, mais três por causa da Airbus, que estão agora também a pilotar, e formei o pessoal do Governo na Aviação Civil, porque se não temos inspector, não podemos colaborar”, disse Lourenço de Oliveira. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”
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