França
concentra setor ferroviário numa única entidade pública
Depois de decisão do
parlamento francês, terminou a separação entre a Sociedade Nacional dos
Caminhos de Ferro (SNCF) e a RFF (Rede Ferroviária de França). As empresas
estão agora juntas numa mesma entidade pública, dividida entre a SNCF Réseau
(gestão da infra-estrutura) e a SNCF Mobilité (exploração dos comboios).
A nova empresa contará com
150 mil trabalhadores e permite poupanças de 550 milhões de euros anuais até
2020, sendo quase um regresso ao passado, antes de em 1991 uma directiva
comunitária ter obrigado à separação da gestão da infra-estrutura e da
exploração dos serviços de transportes.
A decisão surge um pouco no
seguimento do que já havia sido feito na Alemanha, onde apesar de nunca ter
sido criada uma entidade única para gestão de todo o setor, existe a DB Netz,
congénere da portuguesa Refer, que faz parte da holding da estatal Deutsche
Bahn (DB), sendo por esta detida em 100%. In
“Cargo edições” – Portugal
Comboios turísticos em França - Foto Webrails.tv |
Ciclo-rail em França - Foto Webrails.tv |
Em Portugal a divisão da
empresa pública CP em diversas entidades, levou ao avolumar da despesa, à
rápida destruição do sistema ferroviário, levando ao abandono de muitas linhas
férreas, com o desaparecimento do material das vias, esquecendo-se o que
poderia ser um potencial turístico, o aproveitamento de linhas centenárias, com
estações únicas, em desenvolvimento turístico, passou nalguns casos para
percursos de ciclovias, ou para espaços repletos de mato. Para agravar a
situação os decisores resolveram juntar a entidade das infraestruturas
ferroviárias com a das estradas. Pior a emenda que o soneto.
Recordemos também as palavras
do brasileiro Mauro Dias que há dias escrevia e passo a citar: “Considerado
uma das maiores invenções do setor portuário, o contêiner – também conhecido
como contentor em Portugal e nos demais países de expressão portuguesa –,
criado na década de 1930 nos Estados Unidos, é hoje responsável pela
movimentação de 95% das cargas que são transportadas pelos mares do planeta.
Seu aparecimento revolucionou não só o transporte por navio como requalificou o
modal ferroviário que, no Brasil, na década de 1970, parecia com os dias
contados, o que levou imprudentes gestores públicos a sucatear a malha que
existia, a ponto de hoje várias antigas estações terem virado centros de
convivência ou de exposição de artes populares.” Baía da Lusofonia
Sem comentários:
Enviar um comentário