A última execução de um
condenado em Portugal registou-se no século XIX e os
portugueses são um povo que defendem a abolição da pena de morte em qualquer
parte do mundo, por isso é natural que quando cidadãos como Tadeo Mitogo Alo de
32 anos, acusado da morte do seu padrasto, Amadou Tamboura, 21 anos, acusado do
assassínio da sua companheira, Mariano Nguema Ela, 28 anos, acusado de
assassinato e Abraham Ngong, 30 anos, acusado do assassinato da sua companheira,
executados na Guiné Equatorial no passado dia 31 de Janeiro de 2014, estimulem
as críticas de comentadores e políticos portugueses contra um país que no
passado dia 13 de Fevereiro apresentou uma moratória suspendendo a pena de
morte, dando conta dessa decisão, primeiro à organização CPLP, confirmando
depois nas Nações Unidas.
O que não faz sentido são os
mesmos comentadores e políticos, perante a denúncia de um deputado federal de
São Paulo no Brasil que afirmou e passo a citar: “Entre janeiro de 2010 e junho
de 2012, 2882 pessoas foram mortas pela polícia nos estados do Rio de Janeiro,
Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo, numa média de três por dia (no
ano passado chegou a cinco). Os EUA, no mesmo período, tiveram 410 desses
casos. Em Nova York, a polícia atirou em 24 pessoas e matou oito em 2011.
Naquele ano, o Rio teve 238 mortos por policiais; em São Paulo, 242.”, não
virem a terreno criticar com a mesma veemência as notícias transmitidas por
este eleito brasileiro.
E o que dizer da notícia de
um cidadão americano, de seu nome Glenn Ford, 64 anos, que se encontrava no
corredor da morte desde 1988, acusado de um crime de assassinato que sempre
negou e passados trinta anos, viu a justiça confirmar a sua inocência, justiça
que desta vez, passado tanto tempo, ainda conseguiu chegar a horas de não ser
cometido um verdadeiro crime. Que dirão os comentadores e políticos sobre esta
situação nos Estados Unidos da América?
Por que será que estes
comentadores e políticos têm dois pesos e duas medidas, perante factos idênticos,
mas em latitudes diferentes? Baía da
Lusofonia
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