Sete e trinta e oito da manhã. Há luz plena
na rua. Ainda não é cálido o dia. Mas já presta. As árvores têm verdes rebentos
e as amendoeiras, tão madrugadoras, já florescem.
No meio da praça da Universidade, um casal
muito novinho beija-se, alheio ao mundo arredor. Ela, com a sacola dos livros
às costas e farda escolar, em bicos de pés pendurada no pescoço dele. Ele, mais
alto, com uma pucha rechamante e a bolsa escolar também pendurada da mão sem
esforço. São outros os ritmos e as forças. Os pássaros, obviamente, cantam. É a
vida que multiplicada recende e vai para diante.
Escuto no MP3 Fausto: "O Barco vai de saída" . Lembro-me, dos trabalhos na ILP Paz-Andrade,
lembro-me de muita gente com saudades e orgulho; e penso, mandando mentalmente
saudações, muita cousa.
Dá para pensar no acontecido no
reintegracionismo nos últimos cinco e dez anos. Dá também para pensar nos
fracos discursos, no acaso de conjunção de ridículos interesses particulares.
Dá para pensar em futuros. Mas, deixemos o leitor pensar. Eu preciso doutro
café antes para me despertar.
Em 11 de março, súbita e intensa de
esperança, também chegou a primavera ao Parlamento galego. Ernesto Souza – Galiza in “Portal Galego da Língua”
Sem comentários:
Enviar um comentário