Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Património arquitectónico ameaçado

A antiga roça Rio do Ouro em São Tomé e Príncipe, situada na parte norte da ilha de São Tomé, dista 10 quilómetros da capital, fica situada no distrito de Lobata, próximo da cidade de Guadalupe.

Fundada em 1865 pelo Dr. Gabriel de Bustamante, foi explorada a partir de 1877, por José Luís Constantino Dias, futuro Marquês de Vale Flor, que se tornou proprietário de várias roças, dedicando-se à exploração do cacau.

Um dos edifícios emblemáticos da roça do Rio de Ouro era o seu edifício hospital, que na sua época deslumbrava quando um visitante o avistava pela primeira vez, tendo a propriedade uma área de mil e seiscentos hectares.

A empresa agrícola foi nacionalizada a 30 de Setembro de 1975, tendo mais tarde passado a chamar-se roça Agostinho Neto que a visitou em Abril de 1976.

Em 1980, a roça mudou o nome para "Empresa Estatal Agro-Pecuária Dr. António Agostinho Neto", perpetuando o nome do homem que proclamou a independência de Angola, na madrugada do dia 11 de Novembro de 1975.

Durante a década de oitenta o edifício hospitalar foi a maternidade central de São Tomé, onde nasceu grande parte da população jovem da ilha. Na década noventa foi um centro hospitalar, um projecto financiado por Portugal.

Depois veio o abandono, o roubo de estruturas bases para a manutenção do edifício e uma boa parte da ala esquerda do edifício hospital não aguentou os maus tratos e ruiu na passada semana, a 06 de Fevereiro de 2014.

O futuro só se constrói com a preservação do património e o centenário edifício hospitalar, se houver um apoio atempado para a sua recuperação ainda terá um outro amanhã para as gerações vindouras são-tomenses. Baía da Lusofonia



Sem comentários:

Enviar um comentário