O pianista português João Costa Ferreira assume as funções de Director da Casa de Portugal André de Gouveia na Cité internationale universitaire de Paris, substituindo Ana Paixão, que vai passa a assumir novas funções também na Cité universitaire.
João
Costa Ferreira fica responsável pelo acolhimento e acompanhamento de cerca de
170 estudantes universitários que residem na “Casa portuguesa” e pela
programação da Sala Pessoa, “montra privilegiada das culturas portuguesa e
lusófonas em Paris”.
“Abraço
esta missão com determinação, sentido de responsabilidade e humildade, pela
importância das funções que me são confiadas e pela consciência de que o
caminho a trilhar será longo” diz o novo Diretor da Casa de Portugal, ao
elogiar o trabalho que Ana Paixão desempenhou nos últimos 12 anos à frente
daquela instituição, “um trabalho exemplar, fazendo da Casa de Portugal um
espaço de convivência científica, cultural e artística, um espaço de diálogo e
de tolerância, fiel aos ideais fundadores deste campus único no mundo”.
Natural
de Leiria, João Costa Ferreira está radicado há 17 anos em Paris e tem-se
dedicado ao estudo da obre do compositor português Vianna da Motta. Começou a
estudar música no Conservatório de Leiria com o professor de piano Luís Batalha
e depois decidiu continuar na École Normale de Musique de Paris. Entretanto
inscreveu-se na Sorbonne, em musicologia, fez a Licenciatura, o Mestrado, com
investigação. Já no Mestrado estudou a obra de Vianna da Motta, nomeadamente
sobre as influências que Franz Liszt exerceu sobre a obra de Vianna da Motta.
“Quando
acabei o primeiro ano da Licenciatura e que decidi prosseguir os meus estudos
no Mestrado em investigação, decidi estudar a obra de Vianna da Motta. Mas na
verdade, eu tinha pensado estudar Franz Liszt, porque era um compositor com o
qual me identificava muito. Tocava muitas obras de Franz Liszt. Mas muito
depressa percebi que talvez tivesse mais interesse em trabalhar sobre um
compositor que tivesse mais coisas por descobrir. Na verdade, já muitas coisas
foram escritas sobre Franz Liszt e pensei: porque não dedicar-me a estudar a
obra de um compositor português?” disse numa entrevista ao LusoJornal.
Inaugurada
em 1967 pela Fundação Calouste Gulbenkian, a Casa de Portugal tem acolhido desde
então importantes gerações de artistas, investigadores e responsáveis
políticos. Todos os anos realiza dezenas de eventos, em parceria com a Cátedra
Lindley Cintra da Université Paris Nanterre, com o Leitorado de Língua e
Cultura Portuguesa da Université Paris VIII Vincennes – Saint-Denis, com o
Instituto Camões e com várias autarquias e instituições culturais e
associativas portuguesas, francesas e internacionais.
Na
Sala Vieira da Silva, a Casa de Portugal André de Gouveia acolhe a Bibliothèque
Gulbenkian, o maior acervo de língua portuguesa em França. Carlos Pereira –
França in “LusoJornal”
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