Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Macau – Casa de Portugal em risco de cancelar várias actividades programadas

A presidente da Casa de Portugal afirmou que a burocracia “está a matar Macau” lentamente e considerou que a desburocratização da administração pública do território deve ser uma prioridade para o secretário para a Administração de Justiça. Numa entrevista à Rádio Macau, Amélia António revelou que várias actividades na Casa de Portugal podem ser canceladas caso haja cortes no subsídio.

A burocracia na administração pública está a atrasar a valorização e o desenvolvimento de Macau, alertou a presidente da Casa de Portugal, Amélia António, em entrevista à Rádio Macau. Numa analogia com a crise pandémica da covid-19, a advogada assinalou que a burocracia está a “matar Macau” lentamente pois trata-se de uma “doença endémica” presente em toda a administração pública.

“[A burocracia] é quase tão pandémica como a covid-19. Se não for tratada a sério, esta doença continuará a matar o território devagarinho porque tudo o que são projectos interessantes, projectos que podem valorizar Macau, não andam”, disse Amélia António, frisando que há “medo de tomar decisões e de fazer” na administração pública.

Na opinião da presidente da Casa de Portugal, a desburocratização da administração pública deve ser a principal tarefa do secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, e dá como exemplo o atraso da abertura do restaurante da Casa de Portugal no Tap Seac devido a questões burocráticas. Questionada sobre quando seria a inauguração do novo espaço da associação, Amélia António assumiu que deveria ocorrer a 1 de Setembro, mas que o processo está atrasado devido a questões burocratas. “Supostamente eu tinha de abrir no dia 1 de Setembro e ainda não tenho sequer autorização para pôr uma tomada, uma ficha para ligar uma máquina de café que seja”, assinalou.

Cortes no subsídio implicam cancelamento de actividades na Casa de Portugal

Em entrevista à Rádio Macau, Amélia António revelou que uma eventual redução de 10 por cento no subsídio da Fundação Macau irá implicar o cancelamento de várias actividades programadas pela Casa de Portugal. Sem especificar que tipo de actividades poderão ser canceladas, a presidente da Casa de Portugal adiantou que a Fundação Macau ainda não comunicou qualquer corte à associação, apesar de ser público que o Chefe do Executivo ordenou uma redução de 10 por cento a todos os serviços e organismos públicos.

“Não há hipótese de fazer tudo o que se faz com um corte desses. Para se encaixar um corte desse tipo vai ter que se cortar determinadas coisas. Não há milagres. Há actividades que têm de ser eliminadas (…) porque não é possível fazer tudo o que se fazia com esse corte”, afirmou.

Sobre a realização do Festival da Lusofonia, Amélia António considerou que o evento deve realizar-se apesar da impossibilidade de entrada no território de artistas estrangeiros. A presidente da Casa de Portugal assinalou ainda a importância deste evento para as comunidades, que, em ano de pandemia, pode ser uma espécie de “vitamina” e de “medicamento”.

Em pleno contexto pandémico, Amélia António sugeriu ainda a realização do Festival da Lusofonia num formato diferente do habitual, com uma semana por mês dedicada à cultura dos países de expressão portuguesa. “Num mês era um país que trazia as suas artes, a sua literatura, a sua música, artes plásticas, teatro ou dança ou o que fosse. Depois, a seguir, vinha outro país”, propôs a presidente da Casa de Portugal. In “Ponto Final” - Macau

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