O
movimento de Contentores observado nos portos comerciais do Continente é
fortemente influenciado pelo tráfego de transhipment realizado no porto de
Sines, que em 2017 representou 44,5% do volume global de TEU movimentado, e
cerca de 79,4% do movimento efetuado no próprio porto de Sines
O sistema portuário do
Continente fecha o ano de 2017 com o registo do volume de carga mais elevado de
sempre, atingindo 95,9 milhões de toneladas, incluindo a tara dos Contentores
nos casos em que asseguram o transporte de mercadorias. Este valor é superior
em +2,2% ao anterior máximo, correspondente a +2 milhões de toneladas,
observado em 2016, e reflete idêntica verificação de melhor marca nos portos de
Leixões e de Aveiro, cujo movimento ultrapassa os máximos anteriores,
observados em 2015 em ambos os casos, em +3,8% e +10,7%, respetivamente.
Para este desempenho global o
maior impulso é proporcionado pelo porto de Lisboa que, face a 2016, observa um
crescimento de +19,2%, elevando para cerca de 12,2 milhões de toneladas o seu
volume de carga movimentada, superior em quase +2 milhões de toneladas, o que
constitui o valor mais elevado dos últimos seis anos e representa um aumento de
+1,8 pontos percentuais na sua quota, a qual sobe para 12,7%. Realça-se igualmente
o impacto positivo induzido pelo comportamento dos portos de Leixões, que
cresce +6,5% face ao ano anterior e traduz um movimento de cerca de +1,2
milhões de toneladas, adicionando +0,8 pontos percentuais à sua quota, que
passa para 20,3%, e de Aveiro, que regista um significativo crescimento de +13,5%,
a que corresponde um acréscimo de carga superior a +0,6 milhões de toneladas,
elevando, em +0,5 pontos percentuais a sua quota, que aumenta para 5,4%.
O comportamento do sistema
portuário do Continente é naturalmente influenciado, de forma determinante, pelo
comportamento do porto de Sines, que entrou em 2017 com um ‘travão’ ao seu
crescimento de cerca de 3,4 milhões de toneladas, correspondente ao volume de
Petróleo Bruto que movimentou para garantir o abastecimento à refinaria de
Matosinhos, dado que a GALP não o pôde fazer através do porto de Leixões, por inoperacionalidade
do terminal oceânico, durante cerca de seis meses, impedindo a escala dos
navios de dimensão superior a 100 mil DWT. Para registar um crescimento
positivo efetivo, Sines deveria ter compensado aquele volume de carga com a
movimentação da sua carga natural, o que não sucedeu, tendo ficado -1,3 milhões
de toneladas aquém, ou seja, registou uma quebra de -2,5% face a 2016. Importa
sublinhar que este comportamento de Sines, que detém atualmente uma quota de
movimentação de mercadorias de mais de metade de todo o sistema portuário
comercial do continente (52%), não reflete qualquer inflexão da sua trajetória
de crescimento, pois o volume de carga movimentada em 2017 é superior em +4,4% ao
valor de 2016 ‘corrigido’ do movimento extraordinário referido.
Dos restantes portos,
sublinha-se a ligeira recuperação de Viana do Castelo com +5,1% do que em 2016,
e o comportamento negativo da Figueira da Foz, com um ligeiro recuo de -0,2%,
de Setúbal, com uma quebra de cerca de -5,6%, e Faro, que diminuiu o seu volume
de carga em -47%, refletindo a redução das exportações da Cimpor, relativa à
produção da sua unidade de Loulé.
No segmento de Contentores do
mercado portuário registou-se um movimento de cerca de 3 milhões de TEU durante
o ano de 2017, ultrapassando em +8,4% o valor de 2016, correspondente a +230,8
mil TEU, e estabelecendo um novo valor máximo registado desde sempre. Este desempenho
deve-se fundamentalmente aos portos de Sines e de Lisboa, que cresceram
respetivamente +10,3% e +26,6%, correspondentes a acréscimos de 150 e 100 mil
TEU. Com o volume agora registado, Sines regista a melhor marca de sempre, quase
1,7 milhões de TEU, e Lisboa aproxima-se da fasquia do meio milhão de TEU,
valor este que supera os valores anuais registados entre 2003 e 2011.
Estes foram os únicos portos
que registaram um crescimento deste tráfego, uma vez que Leixões registou um recuo
de -3,8%, Setúbal de -2,6% e Figueira da Foz de -0,7%. Importa, no entanto,
referir que, no que concerne ao porto de Setúbal, a quebra ora observada não
traduz uma pressão recessiva, mas tão somente reflete um retorno à sua
trajetória natural, após um crescimento aumentado em 2016 por transferência de
tráfego do porto de Lisboa, por motivo da instabilidade laboral que se observou
naquele ano em Lisboa, sendo que, comparativamente a 2015, o volume de TEU
movimentado em 2017 traduz um acréscimo de +25,8%. O porto de Leixões, pelo
mesmo motivo, registou igualmente um aumento de tráfego transferido de Lisboa
em 2016, o que induziu um relativo efeito travão em 2017, se bem que
comparativamente a 2015 o volume registado nesse ano representa um acréscimo de
apenas +1,5%. Sobre o porto da Figueira da Foz sublinha-se o facto de se
interromper um ciclo de crescimento anual sucessivo desde 2013.
No final de 2017 o porto de
Sines apresenta uma quota de 56,1%, reforçando em um ponto percentual a do ano
anterior, Leixões vê a sua quota diminuída em -2,7 pontos percentuais para
21,3% e Lisboa sobe +2,4 pontos percentuais para 16,7%. No porto de Setúbal a
quota de TEU movimentados cai -0,6 pontos percentuais para 5,1% e na Figueira
da Foz baixa ligeiramente para 0,8%.
O movimento de Contentores
observado nos portos comerciais do Continente é fortemente influenciado pelo tráfego
de transhipment realizado no porto de
Sines, que em 2017 representou 44,5% do volume global de TEU movimentado, e
cerca de 79,4% do movimento efetuado no próprio porto de Sines, sublinhando-se,
no entanto, o facto de o acréscimo deste tráfego face a 2016 ter sido de +9,2%,
inferior aos +15,7% apurados no período imediatamente anterior.
O volume de TEU movimentado
nas operações de transhipment realizadas
em Sines, representam cerca de 94,7% das realizadas em todo o sistema portuário
do Continente, sendo de 3,5% em Leixões e aproximadamente de 1,8% em Lisboa.
Da comparação do tráfego de
Contentores medido em TEU e em Número constata-se uma evolução negativa de -1%
no volume de Contentores equivalentes a 20 pés, e o crescimento de +11,8% nos
contentores equivalentes a 40 pés, o que reflete um ratio de 1,62 TEU por
Contentor.
Pode aceder ao relatório
completo aqui. Autoridade da Mobilidade e dos Transportes
- Portugal
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