Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Mar



“Portugal não é um país pequeno e da periferia se tivermos em conta a extensão da nossa plataforma continental (PC) e a posição estratégica e de charneira entre três continentes – Europa, África e América – em que o mar lhe confere centralidade atlântica. Além disso, sendo o mar um elemento comum dos países da CPLP, poderá conferir projecção estratégica a Portugal na ligação à Europa e ao Atlântico Sul, bem como Sudeste Asiático e Oceânia.

O mar e o controlo do seu uso continuam a assumir uma grande importância, como via de comunicação e fonte de recursos naturais. O País que possui uma Zona Económica Exclusiva (ZEE) equivalente a 20 vezes o território terrestre, sendo a 3ª mais extensa da UE e 11ª área a nível mundial – a sua dimensão corresponde à superfície terrestre ocupada por Espanha, França, Itália e Alemanha. O espaço marítimo resultante da fusão da ZEE e da extensão da PC será equivalente à dos países da UE (ou da Índia). Ou seja, mais de 40 vezes o território nacional, passando 97% do território a ser de natureza marítima.

Pelo mar são enviadas mais de 60% das nossas exportações, estamos dependentes em cerca de 70% das importações, é recebida a totalidade do petróleo e 2/3 do gás natural que o País consome e pelas águas de jurisdição nacional passam cerca de 53% do comércio externo da UE.

Importa também potenciar as vantagens competitivas únicas que os portos e, em especial, o porto de águas profundas de Sines – tirando partido do factor geoestratégico – podem proporcionar como porta atlântica da Europa em articulação com a rede de plataformas logísticas, quando se perspectiva uma enorme revolução nos fluxos do comércio mundial, provocada pelo novo canal do Panamá. (…)

Em síntese, no momento em que o País atravessa uma grave crise, cujo modelo de desenvolvimento se encontra esgotado, falta concretizar a opção, alcançando os objectivos políticos já sucessivamente definidos. Mas só são possíveis de concretizar através de uma estratégia nacional, fazendo prevalecer a mais-valia oceânica e o respectivo potencial em termos de valor e poder, contribuindo para que seja possível resgatar o futuro de Portugal.” Neto Simões – Portugal in “Diário de Notícias”

Sem comentários:

Enviar um comentário