A Agência Internacional de
Energia (AIE) revelou em relatório na passada terça-feira, 25 de Outubro, que a
energia oriunda de fontes renováveis subiu no ano passado para o valor recorde
de 153 gigawatts, o equivalente a 55% de toda a capacidade instalada no ano passado,
superando pela primeira vez a capacidade de produção através de carvão.
"Estamos a testemunhar
uma transformação nos mercados globais de energia graças às energias
renováveis", afirma Fatih Birol, director-executivo da AIE, citado pela
Bloomberg.
De acordo com o mesmo
relatório, a adopção de novas fontes de energia ocorreu antes do acordo entre
governos assinado em Paris no passado mês de Dezembro para reduzir as emissões
de dióxido de carbono.
Prevê-se ainda que as energias
renováveis atinjam o crescimento mais rápido nos próximos cinco anos, levando a
agência a elevar as suas previsões de incorporação destas fontes alternativas.
Por volta de 2021, espera-se que as fontes renováveis ultrapassem os 7600
terawatts/hora, o equivalente para sustentar actualmente as necessidades de
consumo dos Estados Unidos e a União Europeia juntos.
Entre os vários factores
responsáveis pela evolução, a agência sublinha o papel da crescente
concorrência, do maior apoio político em mercados específicos e as melhorias
tecnológicas.
A par do crescimento da
utilização destas novas energias, a AIE antevê também uma redução dos custos
associados a painéis solares e turbinas eólicas.
O relatório destaca quatro
países a encabeçar os avanços na adopção de novas fontes de energia. A China
foi responsável por 40% do aumento de capacidade energética renovável, com a
instalação de duas turbinas eólicas por hora em 2015.
Nos EUA, destacam-se os apoios
públicos à indústria com a extensão de crédito fiscal para o investimento em
energia eólica, enquanto na Índia se espera um crescimento em oito vezes do
aproveitamento da energia solar, atingindo os 76 gigawatts. O primeiro-ministro
indiano Narendra Modi já prevê uma capacidade de 175 gigawatts em 2022, acima
dos actuais 45 gigawatts.
O México prevê quase duplicar
a sua capacidade energética renovável em 2021. O país regista um dos preços
mais baixos por energia solar e eólica.
Já na União Europeia, o
relatório prevê um abrandamento na produção de energia. Espera-se um
crescimento de 21% a médio prazo, abaixo dos 62% registados nos últimos seis
anos. Entre factores comprometedores do crescimento, a AIE aponta para o
Brexit, as medidas alemãs para reduzir os custos de electricidade renovável aos
consumidores e as limitações na Polónia à produção de energia solar e eólica. In “Jornal
de Negócios” - Portugal
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