O El Pais contabiliza as línguas do Nobel
da literatura. Vinte e sete autores de língua inglesa, 14 da
francesa, 13 da alemã e 11 da espanhola. Os 11 premiados em espanhol (espanhóis
mesmo espanhóis apenas cinco: Echegaray, Benavente, Jiménez, Aleixandre e Cela)
são ultrapassado pelos premiados em francês e alemão, duas línguas com menor
peso de falantes. Também há seis premiados que escreveram em russo - tantos quanto
os vencedores italianos e menos um que os suecos, que, de qualquer modo, jogam
em casa.
Mas o que o periódico quer
vincar é o desequilíbrio a favor dos idiomas ocidentais, contra línguas tão
faladas como o chinês (Gao Xingjian e Mo Yan), o japonês (Yasunari Kawabata e
Kenzaburo Oe), o árabe (Naguib Mahfouz), o bengali (Rabindranath Tagore, já em
1913). Este enviesamento tem razões históricas.
Até por isso, mais notório se
torna o muito residual peso do português entre os vencedores do galardão. Num prémio
que tem sido tão ocidentalizado, um país ocidental, detentor de uma das seis
línguas mais faladas do mundo (por causa do Brasil), com uma literatura
cultivada desde o século XIII, consegue ter apenas um vencedor - José Saramago,
em 1998. In “Tempos Modernos Blogue” - Portugal
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