São
mais de mil milhões de investimento potencial. Muki Solar, de Miguel Barreto,
quer licenciar 1.000 MW de projectos fotovoltaicos.
A Muki Solar, uma nova empresa
liderada por um dos antigos responsáveis pela Direcção-Geral de Energia e
Geologia (DGGE), Miguel Barreto, entrou com um pedido, neste organismo, para
licenciar cerca de 1.000 megawatts de projectos fotovoltaicos. Uma carteira que
corresponde a quase metade das centrais solares fotovoltaicas a aguardar
aprovação na DGGE e que representa, a preços de mercado, um investimento
potencial superior a mil milhões de euros.
Em causa estão várias dezenas
de unidades de produção, com potências superiores a 10 megawatts, as quais
equivalem à actual central de ciclo combinado a gás natural da Tapado do
Outeiro ou a duas centrais hidroeléctricas do Alqueva.
O empresário Miguel Barreto
tem já uma participação activa nesta área de negócio, com destaque para o
continente africano, onde, através da Gesto Energia, está a desenvolver várias
centrais fotovoltaicas, as mais recentes situadas na Libéria e no Senegal. A
Gesto Energia marca ainda presença no Quénia, Moçambique, Angola, Senegal,
Libéria, Ruanda e Cabo Verde.
O projecto da Muki Solar
encontra-se ainda em fase de estruturação e deverá contar com a participação de
parceiros internacionais.
Contactado pelo Diário
Económico, o gestor confirmou apenas que este projecto é autónomo da Gesto
Energia e que a sua concretização está sujeita à concretização de várias
etapas.
Com o aumento de escala a
nível mundial, a tecnologia fotovoltaica viu o seu custo cair cerca de 70%,
desde 2010. Há cinco anos representava o triplo da eólica.
Apontada pelo presidente da
Associação Portuguesa das Energias Renováveis (APREN), António Sá da Costa,
como a terceira revolução deste sector, depois do pontapé de saída dado, em
2008, pelas mini-hídricas, a que se seguiu a eólica, a fotovoltaica promete
agora ser um dos principais motores de crescimento nas energias verdes.
O director-geral de Energia,
Carlos Almeida, revelou ontem, durante o congresso da APREN, que Portugal tem
actualmente pouco mais de 400 megawatts de capacidade instalada fotovoltaica.
Um valor que fica muito aquém dos cerca de cinco mil megawatts alcançados pela
eólica.
“O panorama solar no nosso
país é ainda muito desolador no nosso país”, sublinhou, no mesmo encontro,
António Sá da Costa. “Temos mais do dobro da insolação dos países da Europa,
mas só possuímos 450 megawatts instalados. A Grã-Bretanha tem 20 vezes mais
potência instalada, nove mil megawatts, já para não falar na Alemanha, que
superou os 40 mil megawatts, 100 vezes mais. E ambos com metade da insolação
que Portugal”, destacou o responsável pela APREN.
“Temos que olhar para o solar
de outra forma. O desenvolvimento que aí se adivinha não pode ser só a
instalação de centrais, mas que consiga dinamizar o tecido empresarial e
industrial”, acrescentou.
Um alerta que tem como
referência o percurso da energia eólica em Portugal, responsável pela
existência de um ‘cluster’ industrial que contribuiu com cerca de 300 milhões
de euros para a balança de exportações nacional e a criação de 400 mil postos
de trabalho. Ana Gonçalves – Portugal in “Diário
Económico”
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