A Polícia Civil do Pará
localizou e apreendeu um submarino que, segundo a principal linha de
investigação das autoridades, seria usado para o tráfico internacional de
drogas. O veículo estava escondido num buraco do Rio Guajará Mirim, próximo a
uma vila de pescadores no município de Vigia de Nazaré, a cerca de três horas
de Belém. A descoberta foi possível graças a uma ligação anônima feita para o disk denúncia do governo local.
Com 17 metros de comprimento,
três de diâmetro e 4 de altura, o submarino – feito de fibra de vidro e já todo
estruturado – foi encontrado na passada terça-feira (15). Segundo o secretário
de Segurança Pública do Pará, general Jannot Jansen, o veículo estava
“praticamente pronto” e prestes a entrar em operação.
A embarcação tem capacidade
para uma tripulação de 30 pessoas e para transportar até 30 toneladas de carga.
Uma perícia deverá apontar qual seria o alcance do submarino e, dessa forma,
confirmar as suspeitas de que ele seria utilizado para levar drogas até a costa
norte-americana.
“Há indícios suficientes de
que ele seria utilizado para o transporte internacional de drogas. Na troca de
informações que fazemos com a agência de inteligência colombiana, fomos
informados sobre a intenção de um cartel daquele país de usar submarinos
produzidos artesanalmente com o objetivo de transportar drogas”, disse à
Agência Brasil o secretário Jansen.
Segundo o general, as
suspeitas ficam ainda mais reforçadas pelo fato de tal veículo requerer grandes
investimentos e tecnologias complexas. “Com certeza há, por trás disso, um
grupo de importância do tráfico internacional, ligado a algum cartel de língua
espanhola”, disse ele. Além disso, foram encontradas, no interior do submarino,
inscrições em espanhol nas caixas de alguns produtos, com palavras como La Columbia e Guerrilla 762, o que reforça ainda mais essa hipótese.
Na vila de pescadores próxima
ao local onde o submarino foi encontrado, o grupo de criminosos chegou a
construir três casas de madeira. Elas seriam usadas como bases de observação
para monitoramento da região. As construções serviram também de estaleiro para
construção das peças à base de fibra e como um alojamento e refeitório, com
diversos beliches, mesas, alimentos, roupas, calçados e utensílios de higiene.
“Sabemos que era um grupo
grande, de cerca de 15 pessoas, trabalhando na embarcação, e que eles estavam
lá desde setembro. Provavelmente eram trabalhadores brasileiros. Como uma
embarcação dessas precisa de gente especializada em engenharia naval, as
investigações devem avançar com certa facilidade, no sentido de identificar os
envolvidos na construção do veículo”, acrescentou o secretário.
Na passada quinta-feira (17),
os policiais começaram os trabalhos de deslocamento do submarino até a base do
Grupamento Fluvial do Estado, em Belém. Pedro
Peduzzi – Brasil in “Agência Brasil”
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