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O mercado vem demonstrando
importantes mudanças de parâmetros na questão de redução na desigualdade de
gêneros na profissão. Antes pequena e restrita a algumas funções, a presença
das mulheres em cargos de gestão e, inclusive, à frente de importantes projetos
já é uma realidade que veio para ficar. Pesquisa do SEBRAE, por exemplo, aponta
que elas representam 52% dos novos negócios abertos no País. Há dez anos, esse
número era inferior a 30%.
A força do empreendedorismo
feminino alcançou até mercados antes liderados pelo público masculino, como é o
caso da área de Tecnologia da Informação. Hoje, segundo pesquisas de mercado,
as mulheres representam aproximadamente 20% do total de trabalhadores do
segmento.
Com um crescimento acelerado
nos últimos anos, o setor demanda profissionais cada vez mais especializados e
aptos a enfrentar a alta competitividade e as constantes mudanças do mundo
moderno. Nesse contexto, líderes femininas têm-se sobressaído, principalmente
por trazer características como flexibilidade, sensibilidade e poder de diálogo
aos processos de gestão das companhias. Além disso, a mulher possui uma forte
determinação em transcender suas limitações e se projetar em desafios que lhe
dê reconhecimento, independência financeira e evidência, o que colabora para um
maior sucesso em cargos de liderança.
A ascensão feminina no
mercado de TI também é um reflexo da maior busca pela especialização. Esse
movimento tem-se destacado, inclusive, entre as mulheres das classes C, D e E –
cada vez mais importantes no desenvolvimento econômico brasileiro. Na
Associação de Mulheres Empreendedoras (AME), entidade que busca a valorização
da mulher na sociedade brasileira e no mercado de trabalho, a procura por
cursos de informática cresce a cada ano, somando centenas de profissionais
capacitadas nos últimos dez anos.
Apesar das mudanças que
estão acontecendo, ainda temos muito a fazer para consolidar a presença
feminina no ambiente de negócios. Em diversas regiões do País, perdura a ideia
de que a mulher tem que cuidar apenas da casa e da família. Mesmo com o aumento
gradativo das mulheres no comando das famílias brasileiras - 38% do total -,
ainda existem grandes obstáculos para liquidar esse antagonismo de gêneros em
pouco tempo.
Além da criação de leis que
favoreçam a igualdade, devemos investir em iniciativas de educação aos nossos
herdeiros e trabalhar de forma evolutiva para que haja um sistema sustentável
para as gerações futuras em todos os âmbitos: profissional e privado.
É preciso, ainda, eliminar
do mercado essa mentalidade da diferença de gênero como fator importante para
exercer um cargo estratégico nas empresas. Não há mais dúvidas de que estamos
preparadas para conduzir negócios inovadores e bem-sucedidos. Hoje, após anos
de luta, podemos dizer que somos responsáveis não só pelo sucesso de nossa
família, mas pelo crescimento sustentável de nosso País. Cristina Boner – Brasil in “Portogente”
Cristina
Boner - Fundadora e líder da Globalweb Corp e presidente da
Associação de Mulheres Empreendedoras (AME)
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