SÃO PAULO – Depois de muitos anos sem investimentos
significativos em infraestrutura, o Porto de Santos prepara-se para se tornar
um grande complexo, adaptando-se aos novos tempos que virão a partir de 2015,
quando estarão concluídas as obras de ampliação do Canal do Panamá, que
permitirão a circulação na costa brasileira de embarcações de grande porte, com
366 metros
de comprimento e 51 metros
de largura, acirrando a competição com os portos do Norte e Nordeste, que têm a
seu favor a menor distância.
O Terminal de Contêineres (Tecon), da
empresa privada Santos Brasil, o maior do País, por exemplo, tem investimentos
previstos de R$ 1,1 bilhão durante quatro ou cinco anos que incluem a compra de
oito novos portêineres de 52
metros , a expansão do cais e aprofundamento do berço de
atracação para 17 metros ,
além do aumento da capacidade do seu ramal ferroviário de 5% para 30% do total
movimentado. É de se lembrar que o Tecon-Santos já apresenta um índice médio de
108 contêineres movimentados por hora, o que o coloca entre os mais produtivos
do mundo.
Na área dos investimentos públicos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) acaba de anunciar a formalização até o final de novembro de um
acordo do financiamento parcial para a construção do túnel submerso entre
Santos e Guarujá. Ao todo, o túnel custará R$ 3,2 bilhões durante os 44 meses
de obra, cujo início está previsto para janeiro de 2015.
Além disso, o Governo do Estado pretende definir também em 2015 a viabilidade econômica
de uma terceira ligação entre a Baixada Santista e a Região Metropolitana de
São Paulo, com a abertura de uma rodovia que interligaria o trecho Leste do
Rodoanel ao Porto de Santos, cuja construção está avaliada em R$ 15 bilhões. A
conexão terá 36
quilômetros formados por túneis e viadutos para transpor
a Serra do Mar por Bertioga. O acesso começará nas proximidades da Estrada dos
Fernandes, em Suzano, e irá até a área continental de Santos, a apenas 15
minutos da entrada de Guarujá. Nesse ponto, um túnel servirá de rota para os
veículos de carga que seguem em direção ao Porto.
Além disso, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) promete
publicar em breve o edital de licitação para a construção do segundo trecho da
Avenida Perimetral da Margem Direita do Porto, no trecho entre o Canal 4, no
Macuco, e a Ponta da Praia. As obras levarão 24 meses e incluem a construção de
um viaduto nas proximidades do Canal 5. O primeiro trecho compreende a área
entre a Praça Barão do Rio Branco e o Canal 4.
Concluído o segundo trecho, ainda haverá mais duas etapas: o trecho entre
a Alemoa e o Saboó e a implantação do chamado Mergulhão, passagem viária
subterrânea em frente aos armazéns do Valongo. Com isso, haverá uma
significativa melhora no trânsito de veículos pesados em direção ao Porto e a redução
do atual conflito rodoferroviário. O que se espera é que as obras não demorem
muito para sair do papel. Mauro Dias - Brasil
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Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é
vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor
de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br
Site: www.fiorde.com.br
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