SÃO
PAULO – Com a entrada em funcionamento no começo de outubro do anel viário de
Cubatão, entre os quilômetros 55 e 56, sobre a Via Anchieta, a capacidade de
fluxo rodoviário na Rodovia Cônego Domênico Rangoni aumentou de maneira
significativa, reduzindo o tempo dos veículos na estrada e a poluição gerada
pelos veículos pesados que seguem em direção aos pátios reguladores onde
aguardam autorização para descarregar nas duas margens do Porto de Santos.
Segundo a Ecovias, concessionária do sistema Anchieta-Imigrantes responsável
pela obra, pelo local passam por dia cerca de 100 mil veículos.
Antiga
reivindicação da diretoria regional do Centro das Indústrias do Estado de São
Paulo (Ciesp), de Cubatão, o anel viário, com cinco faixas de rolamento, passou
a permitir maior fluidez ao tráfego de caminhões nas principais rotas de acesso
ao Porto de Santos e ao Polo Industrial de Cubatão, ao eliminar o cruzamento da
pista da rodovia Cônego Domenico Rangoni em direção a Santos e do tráfego de
veículos pesados procedente da pista de descida da Via Anchieta, local que, nos
últimos vinte anos, foi palco de muitos acidentes – vários com vítimas fatais –
e até conflitos de rua. Sem contar os prejuízos que causava às indústrias
locais, pois frequentemente os ônibus que transportam trabalhadores ficavam
retidos nos congestionamentos, ocasionando atrasos no rendimento dos turnos.
Se
há muito que se comemorar com o atendimento pelo governo do Estado a essa reivindicação,
não se pode pensar, por outro lado, que a questão do tráfego naquela área está
resolvida. Pelo contrário. Com a fluidez provocada pelo anel viário, ficou mais
evidente um “novo” gargalo, que, aliás, seria tão antigo quanto aquele que foi
eliminado: a Avenida Plínio de Queiroz Filho, no Polo Industrial de Cubatão.
Reafirma-se assim uma velha máxima do arquiteto Jaime Lerner, ex-prefeito de
Curitiba, segundo a qual um viaduto só serve para transferir para mais adiante
o local do congestionamento.
Apesar
de incontestável essa afirmação, dentro do atual modelo de transporte
brasileiro, que privilegia o modal rodoviário, não há outra saída que não seja
fazer mais obras viárias. Em função disso, a diretoria regional do
Ciesp-Cubatão está empenhada em convencer o governo do Estado a assumir o
controle da Avenida Plínio de Queiroz Filho, por enquanto sob responsabilidade
da Prefeitura local.
Hoje,
a pista dessa avenida se encontra repleta de buracos, com paralelepípedos
soltos e com um sistema de drenagem deficiente que, à época de chuvas, deixa o
local em situação caótica. Tudo isso em razão do tráfego pesado que a avenida
suporta e que segue em direção aos três pátios reguladores de estacionamento. Mauro Dias - Brasil
________________________________________________________________________________
Mauro Lourenço Dias, engenheiro
eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São
Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no
Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br
Sem comentários:
Enviar um comentário