Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Brasil - Cubatão: um “novo” gargalo logístico

SÃO PAULO – Com a entrada em funcionamento no começo de outubro do anel viário de Cubatão, entre os quilômetros 55 e 56, sobre a Via Anchieta, a capacidade de fluxo rodoviário na Rodovia Cônego Domênico Rangoni aumentou de maneira significativa, reduzindo o tempo dos veículos na estrada e a poluição gerada pelos veículos pesados que seguem em direção aos pátios reguladores onde aguardam autorização para descarregar nas duas margens do Porto de Santos. Segundo a Ecovias, concessionária do sistema Anchieta-Imigrantes responsável pela obra, pelo local passam por dia cerca de 100 mil veículos.

Antiga reivindicação da diretoria regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), de Cubatão, o anel viário, com cinco faixas de rolamento, passou a permitir maior fluidez ao tráfego de caminhões nas principais rotas de acesso ao Porto de Santos e ao Polo Industrial de Cubatão, ao eliminar o cruzamento da pista da rodovia Cônego Domenico Rangoni em direção a Santos e do tráfego de veículos pesados procedente da pista de descida da Via Anchieta, local que, nos últimos vinte anos, foi palco de muitos acidentes – vários com vítimas fatais – e até conflitos de rua. Sem contar os prejuízos que causava às indústrias locais, pois frequentemente os ônibus que transportam trabalhadores ficavam retidos nos congestionamentos, ocasionando atrasos no rendimento dos turnos.

Se há muito que se comemorar com o atendimento pelo governo do Estado a essa reivindicação, não se pode pensar, por outro lado, que a questão do tráfego naquela área está resolvida. Pelo contrário. Com a fluidez provocada pelo anel viário, ficou mais evidente um “novo” gargalo, que, aliás, seria tão antigo quanto aquele que foi eliminado: a Avenida Plínio de Queiroz Filho, no Polo Industrial de Cubatão. Reafirma-se assim uma velha máxima do arquiteto Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba, segundo a qual um viaduto só serve para transferir para mais adiante o local do congestionamento.

Apesar de incontestável essa afirmação, dentro do atual modelo de transporte brasileiro, que privilegia o modal rodoviário, não há outra saída que não seja fazer mais obras viárias. Em função disso, a diretoria regional do Ciesp-Cubatão está empenhada em convencer o governo do Estado a assumir o controle da Avenida Plínio de Queiroz Filho, por enquanto sob responsabilidade da Prefeitura local.

Hoje, a pista dessa avenida se encontra repleta de buracos, com paralelepípedos soltos e com um sistema de drenagem deficiente que, à época de chuvas, deixa o local em situação caótica. Tudo isso em razão do tráfego pesado que a avenida suporta e que segue em direção aos três pátios reguladores de estacionamento. Mauro Dias - Brasil

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Mauro Lourenço Dias, engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br

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