Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 27 de julho de 2013

Ferrovia

 
O Caminho de Ferro Galego. Tarde, mal e...
 
Em artigos anteriores, da ADEGA temos reclamado por umas linhas de ferro galegas, integradoras do território, econômicas, ecológicas e SEGURAS.
 
A tragédia de ontem (24.07.2013), véspera da celebração do Dia da Pátria Galega enche-me de tristura e de frustração. Se calhar, ainda de culpa oculta por pensar e transmitir que os transportes por trem vão ser mais seguros que outro meio qualquer.
 
Medo e tristura. Insegurança e dor. Pelos mortos, pelos familiares destes, pela minha Terra, sempre a sofrer a falta de governança de responsáveis, ou irresponsáveis que olham para ela da longa distancia do centro duma península seca e centralizada.
 
Defrontada com a tragédia do dia 24 de julho de 2013, pensei no Prestige, cujo julgamento foi visto nestes dias, em que mais uma incompreensão e inoperância condenaram a nossa terra a uma maré preta de indignidade.
 
Hoje vai vir cá o "Senhor dos Hilillos" (Mariano Rajoi). Mádia Leva! Era o menos que podia fazer. Mas, que vai dizer: que o sistema de controlo de freado a distância não funcionou? Que foram poupados recursos para evitar expropriações de terras, nas proximidades de Compostela? Numa zona altamente povoada? Que nas proximidades da Capital da Galiza o tracejado recupera a via tradicional por causa dessa poupança? Que o trem ALVIA que é o que nos mandaram para Galiza, não tem o sistema europeu de controlo integrado conhecido por ERTMS? (El sistema europeo de gestión del tráfico ferroviario ERTMS European Rail Traffic Management System tiene como objetivo coordinar todos los elementos de control sobre los coches, sobre todo los que implican a la gran velocidad.)
 
Eu que apenas vejo as imagens, e não sou técnica, não posso compreender como pode haver uma tal curva à entrada de Compostela para ser utilizada por um comboio de alta velocidade. Ainda me pergunto, porque não funcionaram as balizas de travado a controlo remoto (ASFA, Anuncio de Sinais de Frenado Automático), que esta linha possui?
 
Não sei muitas cousas, como suponho que acontece à maioria da população. Ficamos chocadas/os, ontem à noite perante a magnitude da tragédia. O Povo galego supriu com solidariedade popular a inoperância dos seus governantes. Como aconteceu com o Prestige.
 
Mas eu creio que, neste caso, vão ter que dar-nos uma justificação, para alem de "hilillos de plastilina em estiramiento vertical" (Rajoi dixit em 2004).
 
Um erro humano não pode ser a única causa do acidente. Um comboio de alta velocidade não pode ter a sua segurança dependendo, unicamente, duma pessoa que o conduza. Não é esperável, nem seria lógico.
 
Como ecologista defendo o transporte por caminho de ferro como mais barato ecológico e SEGURO.
 
Seguro? Depende...Como dita o senso comum, as vias devem de ir tracejadas consoante aos elementos de transporte que andem por elas (já os romanos, que sustentaram o seu império nelas, sabiam-no bem).
 
As auto-estradas têm as suas normas e as vias do trem as suas. Falta ainda uma investigação que nos diga com certeza se esta via reunia as condições necessárias.
 
A tragédia está aí denunciando.
 
Triste maneira de celebrarmos o Dia da Pátria!! Com certeza o 24/25 de julho de 2013 vai ficar tristemente gravado na nossa memória.
 
Por enquanto continuo a defender o caminho de ferro como meio de transporte desde que seja respeitoso com o território e os seus ocupantes.
 
Desde que seja gerido com responsabilidade e pensando nos seus utentes primeiro e não em benefícios eleitorais de curto-prazo.
 
Vaiam as minhas condolências para todas as pessoas que sofreram diretamente a catástrofe, familiares dos mortos e acidentados/as.
 
Por alguns momentos imaginei ser eu uma destas pessoas. Ainda penso nessa possibilidade. E a dor é tão forte que todo o domina.
 
Toda a minha simpatia (padeço com elas) para essa boa gente. Adela Figueroa – Galiza Vogal de transportes de ADEGA in “Portal Galego da Língua”
 
 


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