Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 30 de julho de 2013

Os Estagiários

Por muito que me pareça justo dar oportunidades aos "novos", acho abusivo, e uma objetiva falta de respeito por uma Administração pública que se fez "a pulso", estar a colocar em cargos governamentais figuras sem um mínimo de experiência que os recomende para as áreas específicas que vão dirigir, ungidos apenas pela confiança política ganha num gabinete, num qualquer lugar de nomeação/eleição partidária, num banco ou numa consultora amigalhaça.

A situação é ainda mais absurda se pensarmos que, de há uns tempos para cá, no âmbito do Estado, se segue a regra de sujeitar a concurso público rigoroso a seleção de técnicos para ocuparem certas funções de chefia. Ora parece-me incrível que esses responsáveis, logo de seguida, sejam colocados sob a "orientação" de um meninote qualquer, só porque tem um MBA tirado na estranja ou o cartão partidário em voga no momento. Muitas vezes essas figuras nem sequer têm legitimidade eleitoral ou, em casos em que ela existe, é apenas uma obscura passagem pelo parlamento, depois "legitimada" por presenças palavrosas em debates "prós-e-contras" nas televisões, na blogosfera ou nas colunas com retratinho no canto, onde demonstraram a sua lealdade às lideranças de serviço. Convido os leitores a olharem para alguns currículos e avaliar aquilo que neles resultou de meras escolhas político-ideológicas e compará-los com os de outros políticos, de pessoas oriundas do mundo real, de quem "fez pela vida" e tem uma história profissional a apresentar.

Observando o caso de alguns secretários de Estado - e este governo apenas abusa de uma prática que não é de hoje - verifica-se que estamos perante verdadeiros estágios pagos, à custa do erário público, ainda por cima atribuindo responsabilidades ao mais elevado nível. Seixas da Costa - Portugal in “Duas ou três coisas”

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