Conhecido
como Nigel "sem amigos", este ganso-patola da Nova Zelândia teve uma
vida um tanto ou quanto trágica, tendo vivido cinco anos na ilha de Mana
rodeado de aves de cimento. Quando finalmente chegaram à ilha espécimes com os
quais podia conviver, retraiu-se e acabou por falecer, tão sozinho como sempre
viveu
Conta o The Guardian que Nigel
foi o primeiro ganso-patola em 40 anos a aterrar na ilha de Mana. Chegou em
2013 sozinho e assim se manteve, gozando apenas da companhia de réplicas de
cimento, ali colocadas na expectativa de atrair aves de volta à ilha para,
eventualmente, se formar uma nova colónia.
A morte de Nigel foi noticiada
pelo britânico The Guardian esta sexta-feira, 2 de fevereiro, apenas semanas
depois de três outros gansos-patola terem chegado à ilha. Os responsáveis de
conservação tinham a expectativa que Nigel interagisse com os novos amigos de
penas reais, mas isso nunca aconteceu.
Chris Bell, do Departamento de
Conservação, encontrou o corpo de Nigel junto dos seus amigos de cimento, conta
o jornal.
As réplicas de cimento de
gansos-patola emitiam sons para atrair estas mesmas aves, e fazem parte de um
plano de conservação que visa criar neste local uma colónia destes animais.
"O Nigel era muito fiel à
colónia. Acredito que terá tido uma existência muito frustrante. Quer se tenha
sentido solitário ou não, o facto é que nunca recebeu nada de volta, e isso
deve ter sido uma experiência muito estranha, ele passou anos a cortejar [as
aves de cimento]", conta Bell. Além de cortejar, Nigel chegou mesmo a construir
um ninho para a parceira escolhida.
Quando três gansos-patola
reais chegaram à ilha a esperança era que Nigel interagisse, mas este não se
mostrou interessado, tendo as outras aves acabado por se fixar numa outra zona
da ilha.
A nível de conservação, o
facto de Nigel viver nesta ilha aumentava as hipóteses de mais aves se fixarem
no local, o que, eventualmente, até acabou por acontecer, ainda que Nigel não
tenha tirado partido disso.
O ganso-patola ou alcatraz é
uma ave marinha que pode ser observada em toda a costa portuguesa, sendo que a
melhor época para observação é nos picos da passagem migratória em outubro e
março. In “Sapo24”- Portugal
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