Arranca
no Dia da Mulher a primeira Bienal Internacional de Mulheres Artistas de Macau.
A pintora portuguesa Paula Rego será a madrinha da exposição e irá fazer-se
representar na cerimónia de inauguração pela sua filha Victoria Willing. A
Macau, a artista traz a obra “Nossa Senhora das Dores”. O evento prolonga-se
até 13 de Maio, “curiosamente”, Dia de Nossa Senhora de Fátima, notou Carlos
Marreiros, mentor do projecto, ao Ponto Final
A artista portuguesa Paula
Rego vai ser a madrinha da primeira Bienal Internacional de Mulheres Artistas
de Macau (ARTFEM), revelou Carlos Marreiros ao Ponto Final. A pintora vai estar
representada na cerimónia de inauguração da exposição, marcada para 8 de Março,
pela sua filha, Victoria Willing, e apresentará em Macau o quadro “Nossa
Senhora das Dores”. O projecto, que vai juntar na cidade obras de mais de 130
artistas, tem como mentor Carlos Marreiros e é organizado em parceria pelo
Albergue SCM e pelo Museu de Arte de Macau (MAM), dividindo-se pelos dois
espaços. A Paula Rego juntam-se outros nomes como Graça Morais e Maria João
Franco, também de Portugal, e a arquitecta Marta Ferreira e as pintoras Sofia
Bobone e Ana Jacinto Nunes, de Macau.
Será o MAM que vai acolher o
corpo principal da bienal, uma exposição que junta trabalhos de um total de 131
artistas provenientes de cinco continentes. É a dimensão deste evento que leva
Carlos Marreiros a classificá-lo como “pioneiro e único no mundo”, ao trazer
até Macau peças de pintoras de todos os países lusófonos e também de Hong Kong,
China, Estados Unidos, Japão, Rússia, Georgia, Índia, Coreia do Sul e Irão,
segundo avançou a agência Lusa. As cerca de três dezenas de artistas locais vão
apresentar instalações e as restantes 100 vão exibir trabalhos de pintura e
desenho. Uma parte da exposição será composta por obras que integram o acervo
do MAM, cuja curadoria estará a cargo de Margarida Saraiva, enquanto que as
restantes pinturas e desenhos das artistas convidadas são da responsabilidade
dos curadores Lina Ramadas e José Isaac Duarte.
E que critérios foram tidos em
conta na escolha das artistas? “Logo no topo, a qualidade e a
representatividade do momento. Nas artistas mais consagradas, o seu significado
e o seu contributo. Nas artistas emergentes, a potência da sua qualidade”,
explicou Marreiros. No fim, um elemento comum une as pintoras convidadas: o que
vêm apresentar é arte contemporânea. “Quanto às artistas mulheres, da geração
actual, [em Macau], o número parece-me ser bastante maior e mais significativo
que o dos homens. Estou a falar de puras artes plásticas”, frisou.
A
bienal espraia-se pela cidade
Paralelamente, o Albergue irá
acolher, a partir de 26 de Março, uma exposição da artista portuguesa Raquel
Gralheiro, integrada na bienal. “The Chinese Zodiac” é uma mostra de “quadros
muito vibrantes” que explora a “relação da mulher com o zodíaco chinês”,
explicou Carlos Marreiros, acrescentando que esta se irá prolongar até Junho. A
programação da bienal inclui ainda um conjunto de conferências, que irão
acontecer nos dois espaços. Para já, estão confirmadas uma curadora e uma
artista e galerista da China continental e uma galerista de Hong Kong. “Uma vai
falar do conceito de artista-mulher, a valorização da mulher no mundo e a outra
vai fazer um enfoque nas questões como galerista e nos desafios que encontra no
dia-a-dia quando promove a arte no feminino”, adiantou o presidente do Albergue
SCM.
Naquela que é a primeira
edição da Bienal Internacional de Mulheres Artistas de Macau foi dada “total
liberdade” temática às artistas, sendo que, na próxima edição, Carlos Marreiros
irá procurar aproximar-se da tendência de eventos desta natureza que é a de
impor um tema. Para a próxima edição, Carlos Marreiros visiona que o evento se
estenda pelas várias zonas da cidade, mantendo o núcleo principal nas galerias
do MAM e do Albergue. “Mas abri-lo à zona da Barra, às Oficinas Navais, à
Galeria do Tap Seac, outras galerias da cidade e até na Zona Norte”, revelou.
Daqui a quatro anos, o
arquitecto prevê uma extensão do evento para a China continental, através de
parcerias e possíveis co-organizações. “Já arrancamos com 130 [artistas], o que
é significativo, e estou convencido que, na terceira edição, ela estará
consolidada no mundo. Tenho contactado também com gente do continente e qualquer
dia vamos estendê-lo à China com organizações e cooperação extra-fronteiras”,
declarou o arquitecto. Catarina Vila
Nova – Macau in “Ponto Final”
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