Para alguns autores
contemporâneos o padre António Vieira ("Paiaçú" ou Pai Grande como
lhe chamavam os gentios no Brasil de seiscentos) foi um pioneiro e paradigma de
interculturalidade. Esta ideia, estimulante, convida-nos a escutar excertos de
alguns sermões que Vieira escreveu afirmando que "melhor é sustentar do
suor próprio, que do sangue alheio". PAIAÇÚ é, assim, um texto síntese de
muitos escritos de padre António Vieira em defesa da libertação dos escravos
índios e negros em terras do Maranhão, no séc. XVII. No entanto, as suas
palavras são de uma atualidade perturbante uma vez que muitas das razões
invocadas contra a libertação dos escravos pelos opositores a Vieira, são as
mesmas que no séc. XXI continuam a justificar a exploração agressiva de homens
e de mulheres, despedimentos coletivos, atentados à dignidade humana. Ontem
como hoje, as palavras de Vieira interpelam-nos a meditar sobre a nossa
capacidade de respeitar os sentimentos, direitos, diferenças daqueles e
daquelas que convivem connosco quotidianamente.
A palavra, que o Teatro
preserva e acarinha, é assim também para nós, artistas, o que foi para Vieira,
padre: uma semente. Que, em crescendo, se transforme, e transforme cada homem
que a receba. Museu de São Roque –
Portugal
"PAIAÇU ou Pai Grande”
- Igreja de São Roque - De 27 de Outubro de '14 a 25 de Maio '15
Dramaturgia Miguel Abreu e
João Grosso
Interpretação João Grosso e
Sílvia Filipe ou Fernando Pedro Oliveira e Sílvia Filipe
PÚBLICO EM GERAL | Sábados:
22 Nov, 29 Nov e 13 Dez ´14 | 18h30
PÚBLICO ESCOLAR |
Segundas-feiras, às 10h, excepto feriados e férias escolares | Representação
teatral dirigida a jovens dos 15 aos 18 anos de idade, inseridos em grupos
escolares ou outros grupos organizados.
INFORMAÇÕES E RESERVAS
Participação mediante marcação prévia e
aquisição do Programa (5€)
Público escolar: 213 235 824/233/065
Público em geral: 919 732 693 | 213 430 746 |
www.cassefaz.com
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